terça-feira, 25 de abril de 2017

Um Treino com Calibre 12

O Grupo Legio aproveitou esse feriado para colocar a pontaria em dia. Sim senhor! Uma manhã muito agradável!

terça-feira, 11 de abril de 2017

Adaptação ao cenário de emergência e a outros imprevistos.

        

             Nos nossos dias, há grupos que se treinam e preparam para cenários caóticos e apocalípticos.  Temos assistido, ainda que de forma discreta, a agrupamentos de pessoas que se congregam em comunidades de número variável, denominados preppers, tendo em mente cenários de resistência e de sobrevivência. 
       Neste sentido, ensaiam actividades e procedimentos, tais como construção de Bunkers, armazenamento de comida para meses ou anos e treino de defesa contra possíveis atacantes ou invasores das suas propriedades. Isto para além das autoridades nacionais e de protecção civil que têm por objectivo a preparação e a reunião de meios para responder a acidentes localizados de grandes dimensões. Porém, estas últimas, na minha opinião, não reúnem condições para responder com eficácia e rapidez a acontecimentos de grande gravidade, como por exemplo um tremor de terra de elevada magnitude em Lisboa, pelo menos nas primeiras 24 horas, mesmo contando com uma possível ajuda de meios de todo o país e com o apoio dos três ramos das Forças Armadas. Daí que a própria protecção civil aconselhe as pessoas a ter certas provisões de reserva, que são assunto de muitos vídeos colocados no Youtube e descritos noutros sites.
Na minha experiência pessoal de situações de emergência, acidentes com familiares na estrada, emergências médicas e experiências pessoais, é valioso o conhecimento dos efeitos do stress e a exacta noção de como as pessoas reagem. O medo é o sentimento que prevalece e dá origem às mais diversas reacções, o que se intensifica nos nossos dias, pois todos contamos com as mais diversas facilidades no nosso dia-a-dia, proporcionadas por todo o tipo de dispositivos e equipamentos electrónicos e informáticos. 
      As pessoas, de um modo geral, não pensam nem se preparam - com previdência e treino - para grandes desastres, como sismos, ciclones, tempestades de grande magnitude, ataques terroristas de grande escala, guerras, acidentes químicos, pandemias, entre outros, pois de um modo geral estão convencidas de que as agências de protecção civil e de socorro tratarão delas atempadamente na maioria das situações, sendo que em alguns casos isto pode ser verdade. Por outro lado, certos meios tecnológicos de que dispomos, em especial o telemóvel, podem ser um instrumento de sobrevivência e em certas circunstâncias salvar muitas vidas. Contudo, devemos pensar melhor se não estaremos a depositar nestes meios demasiada confiança, sobretudo as gerações mais novas. Imaginemos, por exemplo, uma situação em que uma jovem, vendo-se presa por causa de uma intempérie numa estação de comboios, telefona aos pais em busca de transporte e socorro, mas devido a uma chuva muito forte, a linha de comboio fica inundada ou um poste é derrubado, um posto de transformação falha, os meios tecnológicos aqui não podem servir de grande ajuda. 
Não precisamos por isso de imaginar nenhum ataque terrorista nem noutra tragédia de grande magnitude. Basta um acidente que cause o bloqueio das vias terrestres. Lembremos a título de exemplo o que aconteceu no Verão passado no nosso país quando aquele casal português se tornou famoso, ao ter comprado e distribuído água às pessoas retidas na autoestrada, que foram apanhadas desprevenidas num dia de calor intenso de Verão. Por vezes, pequenos objectos como uma lanterna podem evitar situações de pânico, tais como um canivete ou um quebra-vidros dentro de um carro, imagine-se a situação de um acidente rodoviário, em que um sujeito se encontre preso pelo cinto de segurança e se encontre encarcerado com uma criança atrás.  Quanto tempo terá ele de esperar até a operação de socorro chegar? Ou numa situação de queda de árvores devido ao mau tempo. Ou quando se anda sozinho de bicicleta, aqueles que, com frequência saem da estrada, e têm acidentes e ficam feridos, quantos desses trazem algum objecto sonoro como um apito ou de luz para sinalizarem o alerta? 
Há toda uma panóplia de situações várias que podem ser colmatadas por aquilo que se designa por EDC (every day carry - objectos de sobrevivência que devem andar sempre connosco). Passamos então a descrever uma possível lista desses objectos EDC: 
-O telemóvel
-Um canivete com lâmina de dimensões legais, abaixo de 10 cm, os do tipo Suíço são melhores.
-Uma lanterna de boa marca e resistente a uma queda e úteis na defesa pessoal
-Carteira com pensos para feridas e um mínimo de dinheiro, pois se a luz falha não funciona o multibanco
-Uma garrafa com um pouco de àgua
-Um quebra-vidros
-Um assobio ou apito
-Um isqueiro (muito importante, podes ser preciso fazer fogo em várias situações com usos diversos)
-Luvas cirúrgicas
-Medicamentos usados em situações de urgência, como por exemplo anti-inflamatórios e analgésicos 
-Um cinto regulável que possa servir de torniquete ou ajudar a dominar um cão enfurecido
-Calçado resistente


Para complementar juntamos o link do excelente documentário "Britain Blackout". Este demonstra que sem electricidade a sociedade actual fica completamente vulnerável. 

terça-feira, 4 de abril de 2017

COMO NÃO SOBREVIVER



          Há seis anos, quando eu comecei a escrever O SOBREVIVENTE havia apenas débeis luzes sob os desastres mundiais confrontados pela humanidade. Como Historiador, eu poderia combinar as causas e efeitos que levaram à ruína civilizações do passado e traçar um paralelismo com as mesmas influências degenerativas que condenam a nossa própria civilização.
Entretanto, mais e mais pessoas despertaram ao menos para o facto de que o mundo está em terríveis apuros. A maioria, porém; se entretém com a crença de que a sabedoria prevalecerá - Um líder estará em algum lugar lá fora: O inimigo será exposto e destruído, etc. Tal coisa nada mais é do que ocupar-se de ilusão agradável. É a arrogância quase paranoica de acreditar que a nossa
geração é de alguma forma favorecida em relação a, ou superior a povos inteiros
destruídos pelas mesmas causas ao longo da história.
Muitas pessoas, mesmo sobrevivencialistas, são incapazes de aceitar o fim da civilização mundial: Eles o confundem com o fim do Mundo, ponto.
A queda de Atlântida foi o fim da última civilização mundial. Foi uma experiência tão rompante, tão completa que mesmo a maioria dos estudiosos consideram-na um mito. Contudo, não marca o fim do mundo. Sua totalidade residia no fato de que estava interligada e interdependente em relação a outras culturas da Terra, como na nossa presente civilização global.
Houve sobreviventes da queda de Ur dos Caldeus, Babilónia, Grécia e Egipto. Mas para a maioria de seus habitantes foi realmente o fim do mundo.
Quase como a Atlântida, o Império Romano espalhou uma teia de interdependência através de toda a Europa. À sua queda seguiram-se as centenas de anos de ignorância, miséria, despotismo, inquisição e degradação conhecida como a Idade das Trevas. Mas não foi o fim do mundo.
De 1348 a 1361 a Peste Negra envolveu a Europa. Uma metade dos britânicos morreram enquanto o resto da Europa sofreu uma perda de um quarto de sua população. A praga devastou as cidades, aniquilando as classes baixas mas deixando a Aristocracia e os camponeses relativamente seguros.
O DECAMERON de Boccaccio é uma coleção de histórias supostamente contadas por um grupo de afluentes e inteligentes Florentinos que durante a praga fugiram da assolada Florença para o campo; lá se reuniram e contaram histórias espirituosas até passar o pior. Não era o fim do seu mundo. Terminada a peste, eles voltaram aos seus lares. Como a classe trabalhadora foi dizimada, os sobreviventes tiveram de substituir as mãos por máquinas. A tecnologia e a ciência floresceram e o período foi chamado a Renascença ou o Renascimento.
Aceitemos portanto, o fim da civilização mundial com a esperança de não perecermos necessariamente junto com ela. Depois de fazer isso, você poderá ver o absurdo das seguintes medidas de emergência para sobreviver a uma calamidade temporária:
Investir em bens intangíveis, ouro, prata, diamantes, antiguidades,
pinturas:
Estes são dependentes do seu valor no desejo, não na necessidade.
Quando a necessidade é a maior consideração, o desejo é simplesmente uma emoção frívola.
Para trocar os seus bem preciosos por bens de primeira necessidade, você terá que esperar até que os excedentes de produção sejam criados. No entanto, digamos que você se aproxima de um fazendeiro e lhe oferece um Krugerrand de 600 dólares para seu valor em frangos. Se você tiver sorte, ele poderá oferecer-lhe um frango de 600 dólares...

Veículos “Bugout”: Eu me divirto com as fantasias de alguns tipos urbanos
que enchem autocaravanas com tudo o que poderia ser necessário para sobreviver! Quando a coisa atingir a ventoinha (SHTF), eles sairão apenas quando os tumultos se tornarem demasiado ferozes ou as nuvens dos cogumelos atómicos pairarem directamente sobre as suas cabeças. Estradas bloqueadas por veículos sem combustível e / ou destruídos
selarão o destino da maioria dos “bugouters”. Os bandidos darão conta de muitos daqueles que conseguirem ultrapassar os congestionamentos.
As pessoas nas áreas rurais, ameaçadas por multidões de refugiados,
alvejarão quem quer que não se mantenha em movimento. Você não poderá carregar combustível suficiente para se manter em movimento.
Levarão semanas, talvez meses, para os habitantes rurais ficarem sem suprimentos em suas aldeias e vilas. Afugentando os forasteiros, como é óbvio, haverá pouquíssimas chances de que seja concedido refúgio entre eles antes que teus próprios suprimentos esgotem, independentemente do que tenhas para barganhar.
O melhor é abastecer um um U-Haul* e dirigir-se para as Ozarks agora mesmo.

Abrigos Nucleares: Estes são para áreas urbanas. Executivos e homens de negócios presos ao sistema acreditam que poderão abrigar-se antes de que a precipitação nuclear os atinja. Depois de um par de semanas eles imaginam que sairão para algum tipo de “Admirável Mundo Novo”, onde voltarão para suas mesas e continuarão o seu trabalho como o costume.
Quando as cidades se forem, as pessoas presas em abrigos terão o mesmo destino daquelas que não têm abrigos. A chance de viver mais um par de semanas de vida não vale a despesa. Nos anos 50, os abrigos teriam sido práticos na eventualidade de uma guerra nuclear mas nos anos 80 a devastação será tão maior, que a reconstrução em ruínas nucleares será impensável por anos. (imaginem agora, entre 2017 e 2020!)
Fora das grandes cidades, um bunker poderá ser agradável e uma proteção contra o pior da precipitação nuclear. Ainda assim, seria um abrigo para meses, senão anos.
Hiroshima e Nagasaki provaram a falácia das mutações, obliteração por doenças relacionadas à radiação, esterilidade e câncer anos depois. A maioria sobreviverá sem abrigos, a menos que toda a vida seja destruída.
Arsenais: Adoro armas, mas só tenho o suficiente para mim. Eu não terei que armar os meus vizinhos porque nunca conheci ninguém aqui que não estivesse bem armado.
Tenho uma estação de recarga completa, abrangendo cada rifle, tamanho da espingarda e pistola das variedades mais comuns. Esqueça o exótico! Estou preparado para recarregar para a comunidade. Isso é tudo que é necessário.
No entanto, eu li a respeito de “fanáticos por armas” a comprar de tudo o que dispare projéteis, como se armas fossem tudo o que importa. Eles devem pensar que o tiroteio durará por anos a fio. Talvez até estejam certos se ficarem presos entre as grandes cidades
e as áreas rurais bem defendidas. Nesse caso, esses “fanáticos por armas”
tornar-se-ão justamente naquilo o que eles imaginam que estão a se armar contra.
Assim, a menos que sejas um armeiro ou um colecionador honesto, você não tem
nenhuma razão para adquirir armas apenas para tê-las. Melhor gastar o seu dinheiro em itens mais úteis. Sim, você deve ter uma boa caçadeira, carabina e pistola.
Você deve obter uma cópia do livro de Mel Tappan, “SURVIVAL GUNS” e escolher as melhores armas que possa pagar e nas variedades adequadas às suas reais necessidades... Mas considerar um arsenal mais importante do que as ferramentas necessárias à sobrevivência de longo termo é pura imaturidade.

Luta contra o comunismo: Com o atual comunismo marxista em declínio, o dinheiro e oesforço gasto na luta contra essa ideologia estúpida é um desperdício. É claro que o termo "comunismo" está a se tornar "Bildeberger", "Trilateralismo", etc. que é supostamente a mesma coisa. Parece que tudo é parte de um enorme enredo. A crença em tal enredo é comumente conhecida como “Teoria da conspiração". Comunistas, Bildeberger, Trilateralistas e talvez uma dúzia outros grupos vagos estão a receber o crédito por quase tudo o que está errado no nosso planeta. Se um culpado pudesse ser encontrado, identificado, combatido e finalmente neutralizado, toda a "luta" seria razoável.Mas esse absurdo tem acontecido há anos sem nada para demonstrar além das exposições de todos os "patriotas".
Quando Roma foi cercada pelos bárbaros e arruinada pelas revoltas de proletários e
escravos libertos, os justos cidadãos desperdiçaram tempo valioso a seguir as suas próprias teorias de conspiração. Roma caiu sem que nenhum dos "conspiradores" fosse incomodado.
O ponto é que a degeneração não precisa de nenhum rótulo. Rotulá-la apenas dá a falsa esperança de que um rótulo é de alguma forma como um alvo contra o qual se possa disparar. Este é um falso conforto já que o alvo em si é falso.
A manipulação política e internacional dos párias do mundo devem ser ignoradas neste momento. Quanto melhor preparado você estiver para cuidar de seus próprios problemas, melhor você será capaz de lidar com os vermes quando o colapso vier. Enquanto isso, não comprometa os teus esforços para a sobrevivência, ficando indignado com o que uma chusma de predadores condenados e parasitários têm feito.
REVOLTA CONTRA A CIVILIZAÇÃO, de Lothrop Stoddard, está a ser disposto neste volume. Ele mostra como os comunistas são simplesmente inteligentes, perdedores engenhosos a incitar perdedores ineptos contra os melhores indivíduos. No que me diz respeito, os perdedores tomaram as cidades e destruíram as suas economias. Que eles fiquem com as cidades! A maioria deles morrerá nelas.
 
                                                                                                                       Kurt Saxon -1980

*                                         * U-Haul: espécie de atrelado de pequenas dimensões muito popular nos EUA sobretudo nos anos 80/90. 


                                                              THE SURVIVOR - KURT SAXON