sexta-feira, 27 de março de 2015
terça-feira, 10 de março de 2015
Cultivo de cogumelos
O cultivo de cogumelos é uma boa escolha para quem estiver interessado em auto-suficiência e possuir espaço livre dentro de casa ou armazém.
Os cogumelos têm um teor mineral superior ao da carne e contêm mais proteína do que qualquer vegetal com a excepção de certos tipos de leguminosas.
Outro aspecto positivo na produção de cogumelos (como complemento a uma horta) é a possibilidade de usar resíduos vegetais provenientes da horta como composto para o crescimento dos cogumelos.
Clima
Em tempo quente, pode-se cultivar cogumelos ao ar livre ou dentro de casa sem aquecimento artificial. Durante o Inverno, é necessário garantir uma temperatura ambiente superior a 16ºC. Nunca se deve deixar os cogumelos expostos à luz directa do sol.
Tratamento do substrato
A maioria das espécies de cogumelos cultiváveis podem ser produzidas em composto. No entanto, no caso de algumas espécies como o Shiitake é necessário usar troncos como substrato sendo o processo de cultivo algo diferente.
O cultivo de cogumelos em composto pode ser feito em canteiros, caixas, sacos ou outros recipientes. O método apresentado de seguida consiste no cultivo de cogumelos em caixas usando composto.
Cultivo de cogumelos em caixas
São necessárias caixas com, idealmente, 75cm de comprimento, 25 a 40cm de largura e 10 a 25cm de profundidade. Numa pilha de caixas, deve-se deixar pelo menos 15cm de espaço entre o topo de uma caixa e a base da outra.
É também importante que haja cerca de 10 a 15 furos na base de cada caixa. Caixas de madeira de cedro são bastante boas mas também pode usar outros materiais como fibra de vidro.
Produzir o próprio composto para uma área de cultivo de cerca de 6m2 não é difícil.
Espalhe quatro fardos de palha de trigo em camadas, encharcando-as completamente com água.
Nos 2 dias seguintes, vá deitando mais água ocasionalmente de forma a garantir que a palha se encontre saturada.
Vai necessitar, também, de 3kg de gipsita (pedra de gesso), 13kg de estrume de galinha e, opcionalmente, 7kg de activador de compostagem (acelera o processo de compostagem).
Quando a palha estiver completamente molhada, espalhe parte desta numa camada de 30cm de espessura numa área de 1,5m2. Espalhe sobre esta camada 1/5 da quantidade total de gipsita, estrume de galinha e activador.
Repita o mesmo processo até obter uma pilha de 6 camadas (1,80m). Se a pilha se encontrar no exterior, cubra-a com um plástico.
Passados 3 a 4 dias, a temperatura no interior da pilha deverá situar-se por volta dos 70ºC. Deixe-a repousar mais 2 dias e depois revire-a de forma a que a parte mais superficial se desloque para o meio da pilha.
Se alguma parte da pilha parecer seca neste reviramento, regue um pouco, apenas o suficiente para humedecer sem que se perca nutrientes importantes. Quando fizer o reviramento da pilha, reconstrua-a com bastante cuidado.
Espere mais 6 dias e revire novamente. Evite regar.
Caso haja zonas mais secas na pilha, adicione uma quantidade mínima de água. Passados mais 4 dias, revire novamente. Se o composto parecer demasiado húmido, adicione mais gipsita.
Espere mais 6 dias e o composto estará pronto.
Inoculação
No final deste processo de compostagem, o composto deve estar consideravelmente seco. Deve consistir em pequenos pedaços de palha apodrecida mas não deve estar pegajoso. Encha completamente cada caixa com o composto, premindo-o bem de forma a ficar compacto.
De seguida, irá precisar de inóculo (semente) dos cogumelos a cultivar. (É usual comprar-se o inóculo, já que a sua produção é um processo algo delicado, devendo ser feito em condições de assepsia de forma a evitar contaminações. Visto se tratar de um tema mais complexo, a produção de inóculo de cogumelos não irá ser abordada aqui.)
Espalhe inóculo em grão ou serradura sobre o composto e cubra com folhas de jornal húmidas.
Manutenção
Até 2 semanas depois da inoculação, deve garantir que a temperatura não desce abaixo dos 16ºC; se se mantiver acima dos 20ºC, ainda melhor. Por outro lado, tenha cuidado para não sobreaquecer. Temperaturas acima dos 32ºC poderão matar o inóculo. Após 3 semanas, poderá começar a ver filamentos brancos do micélio dos cogumelos a crescer no composto. Nesta fase, adicione uma camada de 2-3cm turfa bem humedecida sobre o composto e pressione-a suavemente. Os cogumelos deverão aparecer 3 semanas mais tarde. Dê-lhes um bocado de água e mantenha a temperatura entre 16 e 18ºC.
Colheita
Para colher basta torcer a base do pé do cogumelo e puxar para cima.
Quando parecer que a produção de cogumelos parou, tente-a forçar aplicando uma solução salina diluída. No final, despeje o composto na pilha de compostagem, lave as caixas com uma solução de formaldeído e deixe as caixas ao ar livre durante várias semanas antes de as voltar a usar.
terça-feira, 3 de março de 2015
Urina como recurso para a sobrevivência
A urina pode ser útil
em situações de sobrevivência. Duas das suas principais utilidades podem ser
como um colírio de emergência ou como fertilizante para plantas. A urina tal como
sai da uretra é uma solução estéril (a menos que haja alguma infecção na
bexiga, rins ou trato urinário) e salina com um pH que ronda os 6 (entre 4.8 –
8.5).
Isto possibilita a sua
utilização como um colírio perfeitamente satisfatório em situações nas quais a
água encontra-se indisponível ou é de qualidade questionável. No entanto a
urina contém nutrientes que podem favorecer o desenvolvimento de organismos
potencialmente prejudiciais, pelo que os olhos devem ser enxaguados com uma
solução de ácido bórico ou outro tipo de colírio assim que seja possível.
O volume de eliminação
de urina está entre 600 – 1,600 ml/24 horas e cerca de 55 -70 gramas/24 horas
de sólidos totais.
Os electrólitos típicos por 24 horas
são:
Sódio
130-260 mEq
Cloreto 110-250
mEq
Potássio
25-100 mEq
Cálcio 100-250 mg.
Magnésio
15-300mg.
Fósforo inorgânico 9-1.3 g.
Componentes que
contém Azoto
Amónia
20-70 mEq
Creatina
0-100 mg.
Creatinina .8-1.9 g.
Proteína
10-150 mg.
Ureia nitrogenada 6-17 g.
Ácido úrico
.25-.75 g.
Isso não parece suficiente, mas experimente pegar ¼ de urina
e adicionar 3 ou 4 quartos de água e despejar em alguma relva que não foi previamente
fertilizada, apenas uma vez, e o resultado será surpreendente. Não use urina
sem diluição, porque as doses elevadas de nitrogénio “queimarão” as plantas.
Uma vez que a urina é rica em azoto, pode ser adicionada numa pilha de
compostagem que seja rica em carbono, mas pobre em nitrogénio.
Em condições
absolutamente desesperadoras a urina pode ser utilizada como bebida, se
estiveres com pouca água e em risco de desidratação. Isso não deve ser levado a
extremos, mas há seitas religiosas na India que recomendam que as pessoas bebam
a própria urina uma vez por dia por razões místicas e não parecem sofrer nenhum
efeito negativo. Não cremos que te vás beneficiar das alegadas “vantagens
místicas” disto, mas sem dúvida será mantido vivo. É desnecessário dizer que você
não poderá depender unicamente de urina para a reposição de líquidos por um
longo período de tempo, uma vez que a urina contem substâncias residuais…
De qualquer
forma, a urina pode ser usada para prevenir a desidratação, do mesmo modo que a
água do mar ou outras águas salinas ou contaminadas. Você poderá usar água
não-potável para arrefecer a sua pele reduzindo a perda de líquidos pela
transpiração. Quando a desidratação for iminente, use água salgada para
arrefecer a sua pele e roupas.
A frase “racione o seu suor, não a
sua água” é a ideia aqui. Cada copo de água que puderes evitar que se perca é
tão bom quanto um copo de água adicional que você bebe para se manter
adequadamente hidratado.
Autor desconhecido
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