domingo, 26 de março de 2017
A importância do desempenho cognitivo intelectual para a sobrevivência.
Num contexto de sobrevivencialismo, em todos os cenários valorizamos com justeza a preparação e as capacidades físicas, assim como aspectos logísticos em relação ao meio que nos rodeia.
Em todos os cenários, valoriza-se sempre a possibilidade de contarmos com um considerável armazenamento de medicamentos de actuação SOS como antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos, alimentos, ferramentas, entre muitas outras coisas. A suplementação alimentar é vista como um luxo proveniente de tempos de paz e de estabilidade, uma espécie de sinal dos tempos modernos dos países industrializados e urbanos.
Provavelmente muitos ignoram que num cenário de possível escassez alimentar , os suplementos e alguns tipos de medicamentos poderão desempenhar um papel essencial para nos mantermos mais tempo aptos e saudáveis. Outro aspecto também muito negligenciado é o desempenho cognitivo e emocional. Sem esquecer que o potencial intelectual de cada um vem em esmagadora percentagem da sua herança genética, não devemos esquecer que até esse mesmo potencial pode degenerar-se facilmente, seja em tempos de paz ou em tempos mais conturbados.
A propósito disto, vivemos numa época em que a esperança de vida tem aumentado em relação a décadas anteriores. Hoje em dia, a percentagem de população com mais de 70 anos cresceu bastante na maioria dos países industrializados do Hemisfério Norte, e não são raros os casos em que um indivíduo chega aos 90 anos. Porém, as doenças degenerativas relacionadas com o desempenho cognitivo e psíquico também aumentaram, afectando as pessoas a partir de determinada idade. Surgem cada vez mais casos do mal de Alzheimer e de demência vascular em famílias sem antecedentes dessas doenças. Segundo os entendidos, este problema deve-se em muito a um estilo de vida sedentário e a alimentação desequilibrada. Outras teorias muito divulgadas acusam o papel nefasto de certas substâncias presentes em alimentos processados , tais como o aspartame e o glutamato de potássio, em pesticidas que se encontram na fruta e nos legumes, tais como o fluor, assim como a poluição atmosférica.
Por outro lado, a sociedade dos dias de hoje, sendo bastante competitiva , recorre com frequência a estimulantes enrgéticos para o cansaço físico e mental e não é de espantar a popularidade e a procura que os estimulantes cerebrais, naturais e sintéticos têm tido um pouco por todo o mundo industrializado. São os denominados nootrópicos (nootropics, mais popularmente, em inglês). Noo em grego significa mente, tropo significa direcção. Quase todos nós, numa ocasião ou noutra, já tivemos de tomar algum tipo de suplemento, natural ou menos natural, com o objectivo de reduzir o cansaço, melhorar a memória ou propiciar boa disposição. Até mesmo às crianças e aos adolescentes em alguns casos, lhes foram ministradas drogas sintéticas, denominadas de “inteligentes”, tais como a Ritalina, com o fim de lhes melhorar o rendimento escolar.
Em muitos países estas drogas foram proibidas, pois os efeitos negativos tornaram-se evidentes.
Os estudos científicos não são conclusivos quanto ao efeito real da maioria dos medicamentos nootrópicos, sejam eles sintéticos ou naturais. Os profissionais da saúde dividem-se, apontando muitas vezes dúvidas e demonstrando cepticismo. Contudo, frequentemente as pessoas que tomam tais drogas e suplementos sentem e afirmam melhorias consideráveis nos seus desempenhos cognitivos e emocionais. Claro que deveremos sempre mencionar que o estilo de vida e os hábitos alimentares são determinantes num bom desempenho intelectual e no estado emocional. Uma boa alimentação, actividade física regular e hábitos culturais que desafiem o conhecimento são essenciais para este efeito. Para além do mais importante, que é providenciar ao cérebro tempo de descanso suficiente. Cada vez mais, os médicos são peremptórios na importância fundamental do sono, afirmando mesmo que dormir o tempo suficiente – entre seis a oito horas diárias – é tão ou mais importante do que comer. Seja para o desempenho cognitivo seja para a saúde de um modo geral. Por isso, antes de partirmos para a suplementação ou medicação com o fim de melhorarmos a nossa performance intelectual e emocional, há que antes de mais alterar estes hábitos, sendo que o tempo de descanso do sono continua a ser desprezado por muitos. Mas partindo para os ditos nootrópicos podemos dividi-los entre os naturais e os sintéticos. Entres estes últimos estão os compostos químicos da família dos racetams e o Adderall, entre outros menos populares. Entre os naturais a gama é muito variada, desde as vitaminas até aos ácidos gordos, magnésio e outras plantas às quais se atribuem efeitos benéficos para estes casos, como é o caso do gincko biloba, do ginseng (chinês, americano e coreano), raiz do ouro, entre muitos outros. As vitaminas do complexo B desempenham um papel fulcral, em termos alimentares, existem em boas quantidades nas carnes vermelhas e em algumas leguminosas. Ácidos gordos como o ómega 3 e o magnésio são essenciais para este efeito e para a saúde um modo geral. Em modo de conclusão, podemos referir que podemos e devemos procurar formas de melhorar o nosso desempenho intelectual, físico, emocional ou outros, seja na forma natural ou medicamentosa. Estes aspectos são essenciais para a nossa qualidade de vida, à mediada que envelhecemos, seja em que contexto histórico for, e sobretudo para a nossa sobrevivência num cenário adverso. Contudo, nós somos o resultado das nossas opções de vida e dos nossos hábitos. Não podemos esperar bons resultados quando não estamos a moldar a nossa existência de modo correcto. Não existem pílulas milagrosas e a nossa vontade e espírito de sacrifício serão essênciais para o nosso desempenho, seja ele cognitivo ou de outro nível qualquer. A nossa preparação para um cenário desfavorável passa esencialmente pelos hábitos que adquirimos e as defesas que obtivermos enquanto estivermos a tempo de o fazer.
terça-feira, 14 de março de 2017
Permacultura e bioconstrução (livros)
No âmbito do tema da agricultura biológica e práticas ecologicamente sustentáveis, tem surgido, nos últimos anos, um crescente interesse na área da permacultura e bioconstrução. O que se entende por permacultura? O termo permacultura foi inventado nos anos 70 por 2 australianos, David Holmgren e Bill Mollison, para descrever um sistema pioneiro que tem como pretensão fazer frente à degradação ecológica causada, entre outros factores, por práticas agrícolas agressivas para o ambiente. Para tal, tem tentado desenvolver estratégias no sentido de criar métodos sustentáveis de produção de alimentos. Não se trata de um sistema com práticas rígidas e fixas. No entanto, possui um conjunto de valores éticos que permanecem constantes independentemente da situação, quer se esteja a criar sistemas de planeamento urbano ou comércio, quer se esteja a gerir uma pequena horta ou uma floresta de 2000 hectares.
A permacultura está baseada, nomeadamente, no reconhecimento de padrões e princípios universais observados na natureza, aprendendo a aplicá-los em sistemas ecológicos arquitectados pelo Homem. Ao contrário de tentar domar a natureza, procura-se colaborar com ela. Desta forma, são frequentemente utilizadas práticas típicas de agricultura biológica como rotações de culturas, consociações, alternativas à luta química (pesticidas) no controlo de inimigos da cultura, etc. No entanto, a permacultura procura, igualmente, explorar outras questões como o uso de fontes de energia renovável, bioconstruções (construções que não sejam agressivas para o ambiente), captação e filtragem de água, entre outros aspectos.
Segundo David Holmgren, os 12 princípios de design da permacultura são:
1. Observe e interaja: Ao interagirmos com a natureza, podemos desenhar soluções adequadas à nossa situação particular.
2. Capte e armazene energia: Desenvolvendo sistemas que permitem arrecadar recursos que estejam no pico de abundância, podemos utilizá-los quando houver necessidade.
3. Obtenha rendimento: Assegure-se de que está a obter recompensas verdadeiramente úteis como parte do trabalho que está a desempenhar.
4. Pratique auto-regulação e aceite retornos: Devemos desencorajar actividades desadequadas para garantir que os sistemas continuem a funcionar bem.
5. Utilize e valorize recursos e serviços renováveis: Faça o melhor uso da abundância da natureza para reduzir o nosso comportamento consumista e a nossa dependência em recursos não renováveis.
6. Evite o desperdício: Ao valorizar e fazer uso de todos os recursos que estão disponíveis para nós, nada será desperdiçado.
7. Projecte dos padrões aos detalhes: Dando um passo atrás, podemos observar padrões na natureza e na sociedade. Estes padrões podem formar a espinha dorsal dos nossos projectos, com os detalhes a ser preenchidos conforme avançamos.
8. Integrar ao invés de segregar: Colocando as coisas certas no local certo, fazemos com que as relações entre uma e outra se desenvolvam e elas passam a trabalhar juntas para ajudar uma à outra.
9. Utilize soluções pequenas e lentas: Sistemas pequenos e lentos são mais fáceis de manter do que sistemas grandes, fazendo uso mais adequado de recursos locais e produzindo resultados mais sustentáveis.
10. Utilize e valorize a diversidade: A diversidade reduz a vulnerabilidade a uma variedade de ameaças e tira vantagem da natureza única do ambiente na qual reside.
11. Utilize bordas e valorize elementos marginais: A interface entre as coisas é onde os eventos mais interessantes ocorrem. É onde frequentemente estão os elementos mais valiosos, diversificados e produtivos de um sistema.
12. Utilize e responda criativamente às mudanças: Podemos ter um impacto positivo nas mudanças inevitáveis se as observarmos com atenção e intervirmos no momento certo.
Para quem quiser explorar este tema, no seguinte link podem ser encontrados alguns dos mais importantes livros de permacultura e bioconstrução (em formato pdf):
http://www.ideasverdes.es/2000-libros-gratis-sobre-permacultura-agroecologia-bioconstruccion-y-vida-sustentable/
A permacultura está baseada, nomeadamente, no reconhecimento de padrões e princípios universais observados na natureza, aprendendo a aplicá-los em sistemas ecológicos arquitectados pelo Homem. Ao contrário de tentar domar a natureza, procura-se colaborar com ela. Desta forma, são frequentemente utilizadas práticas típicas de agricultura biológica como rotações de culturas, consociações, alternativas à luta química (pesticidas) no controlo de inimigos da cultura, etc. No entanto, a permacultura procura, igualmente, explorar outras questões como o uso de fontes de energia renovável, bioconstruções (construções que não sejam agressivas para o ambiente), captação e filtragem de água, entre outros aspectos.
Segundo David Holmgren, os 12 princípios de design da permacultura são:
1. Observe e interaja: Ao interagirmos com a natureza, podemos desenhar soluções adequadas à nossa situação particular.
2. Capte e armazene energia: Desenvolvendo sistemas que permitem arrecadar recursos que estejam no pico de abundância, podemos utilizá-los quando houver necessidade.
3. Obtenha rendimento: Assegure-se de que está a obter recompensas verdadeiramente úteis como parte do trabalho que está a desempenhar.
4. Pratique auto-regulação e aceite retornos: Devemos desencorajar actividades desadequadas para garantir que os sistemas continuem a funcionar bem.
5. Utilize e valorize recursos e serviços renováveis: Faça o melhor uso da abundância da natureza para reduzir o nosso comportamento consumista e a nossa dependência em recursos não renováveis.
6. Evite o desperdício: Ao valorizar e fazer uso de todos os recursos que estão disponíveis para nós, nada será desperdiçado.
7. Projecte dos padrões aos detalhes: Dando um passo atrás, podemos observar padrões na natureza e na sociedade. Estes padrões podem formar a espinha dorsal dos nossos projectos, com os detalhes a ser preenchidos conforme avançamos.
8. Integrar ao invés de segregar: Colocando as coisas certas no local certo, fazemos com que as relações entre uma e outra se desenvolvam e elas passam a trabalhar juntas para ajudar uma à outra.
9. Utilize soluções pequenas e lentas: Sistemas pequenos e lentos são mais fáceis de manter do que sistemas grandes, fazendo uso mais adequado de recursos locais e produzindo resultados mais sustentáveis.
10. Utilize e valorize a diversidade: A diversidade reduz a vulnerabilidade a uma variedade de ameaças e tira vantagem da natureza única do ambiente na qual reside.
11. Utilize bordas e valorize elementos marginais: A interface entre as coisas é onde os eventos mais interessantes ocorrem. É onde frequentemente estão os elementos mais valiosos, diversificados e produtivos de um sistema.
12. Utilize e responda criativamente às mudanças: Podemos ter um impacto positivo nas mudanças inevitáveis se as observarmos com atenção e intervirmos no momento certo.
Para quem quiser explorar este tema, no seguinte link podem ser encontrados alguns dos mais importantes livros de permacultura e bioconstrução (em formato pdf):
http://www.ideasverdes.es/2000-libros-gratis-sobre-permacultura-agroecologia-bioconstruccion-y-vida-sustentable/
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