Declarações de João
Ferreira do Amaral ao jornal “i”:
«Aquilo que devia ser
feito, não quero dizer que possa ser feito, não tenho grandes ilusões em relação
às elites portuguesas, era decidir a saída a um nível muito restrito para manter
o segredo e depois, no dia em que fosse anunciado o período transitório, em que
seriam tomadas medidas de excepção, tomadas essas medidas a decisão devia ser
ratificada pelo parlamento. Para mim não está em causa que tenhamos de sair
do euro, de uma forma ou outra vamos ter de sair, a não ser que aconteça um
milagre de iluminação na zona euro. O que está em causa é a forma de sair. Ou
preparamos a saída ou seremos forçados a fazê-lo com custos muito maiores para a
população.»
«Penso que sim,
podemos assistir a uma ruptura política grave. Vai ser um choque muito grande as
pessoas perceberem que esta situação está para durar. Prometeram-lhes que se
cumpríssemos este programa as coisas iam mudar e os resultados não aparecem, nem
podem aparecer, porque estes programas estão mal
concebidos.»
«Houve uma acumulação
de erros.
Não tínhamos nada que antecipar a destruição de parte do sector agrícola, houve erros graves, mas a moeda única ultrapassou-os a todos. Não tínhamos de pôr o país numa trajectória que era insustentável. Se fizermos uma lista da forma como encaramos o processo de integração europeia, verificamos que houve erros bastante graves, por exemplo a forma como encarámos a adesão dos países de Leste em 2004. A Comissão Europeia, que fez o estudo do impacto do alargamento nos outros países mostrou que a economia portuguesa era das mais afectadas, mas isso não impediu as autoridades portuguesas de dizerem alegremente que estavam muito satisfeitas com o alargamento a Leste, e quando muito terem exigido meia dúzia de patacos de compensação. Não íamos bloquear o alargamento, mas poderíamos ter exigido condições muito diferentes para poder compensar o impacto negativo.»
Não tínhamos nada que antecipar a destruição de parte do sector agrícola, houve erros graves, mas a moeda única ultrapassou-os a todos. Não tínhamos de pôr o país numa trajectória que era insustentável. Se fizermos uma lista da forma como encaramos o processo de integração europeia, verificamos que houve erros bastante graves, por exemplo a forma como encarámos a adesão dos países de Leste em 2004. A Comissão Europeia, que fez o estudo do impacto do alargamento nos outros países mostrou que a economia portuguesa era das mais afectadas, mas isso não impediu as autoridades portuguesas de dizerem alegremente que estavam muito satisfeitas com o alargamento a Leste, e quando muito terem exigido meia dúzia de patacos de compensação. Não íamos bloquear o alargamento, mas poderíamos ter exigido condições muito diferentes para poder compensar o impacto negativo.»
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