terça-feira, 11 de abril de 2017

Adaptação ao cenário de emergência e a outros imprevistos.

        

             Nos nossos dias, há grupos que se treinam e preparam para cenários caóticos e apocalípticos.  Temos assistido, ainda que de forma discreta, a agrupamentos de pessoas que se congregam em comunidades de número variável, denominados preppers, tendo em mente cenários de resistência e de sobrevivência. 
       Neste sentido, ensaiam actividades e procedimentos, tais como construção de Bunkers, armazenamento de comida para meses ou anos e treino de defesa contra possíveis atacantes ou invasores das suas propriedades. Isto para além das autoridades nacionais e de protecção civil que têm por objectivo a preparação e a reunião de meios para responder a acidentes localizados de grandes dimensões. Porém, estas últimas, na minha opinião, não reúnem condições para responder com eficácia e rapidez a acontecimentos de grande gravidade, como por exemplo um tremor de terra de elevada magnitude em Lisboa, pelo menos nas primeiras 24 horas, mesmo contando com uma possível ajuda de meios de todo o país e com o apoio dos três ramos das Forças Armadas. Daí que a própria protecção civil aconselhe as pessoas a ter certas provisões de reserva, que são assunto de muitos vídeos colocados no Youtube e descritos noutros sites.
Na minha experiência pessoal de situações de emergência, acidentes com familiares na estrada, emergências médicas e experiências pessoais, é valioso o conhecimento dos efeitos do stress e a exacta noção de como as pessoas reagem. O medo é o sentimento que prevalece e dá origem às mais diversas reacções, o que se intensifica nos nossos dias, pois todos contamos com as mais diversas facilidades no nosso dia-a-dia, proporcionadas por todo o tipo de dispositivos e equipamentos electrónicos e informáticos. 
      As pessoas, de um modo geral, não pensam nem se preparam - com previdência e treino - para grandes desastres, como sismos, ciclones, tempestades de grande magnitude, ataques terroristas de grande escala, guerras, acidentes químicos, pandemias, entre outros, pois de um modo geral estão convencidas de que as agências de protecção civil e de socorro tratarão delas atempadamente na maioria das situações, sendo que em alguns casos isto pode ser verdade. Por outro lado, certos meios tecnológicos de que dispomos, em especial o telemóvel, podem ser um instrumento de sobrevivência e em certas circunstâncias salvar muitas vidas. Contudo, devemos pensar melhor se não estaremos a depositar nestes meios demasiada confiança, sobretudo as gerações mais novas. Imaginemos, por exemplo, uma situação em que uma jovem, vendo-se presa por causa de uma intempérie numa estação de comboios, telefona aos pais em busca de transporte e socorro, mas devido a uma chuva muito forte, a linha de comboio fica inundada ou um poste é derrubado, um posto de transformação falha, os meios tecnológicos aqui não podem servir de grande ajuda. 
Não precisamos por isso de imaginar nenhum ataque terrorista nem noutra tragédia de grande magnitude. Basta um acidente que cause o bloqueio das vias terrestres. Lembremos a título de exemplo o que aconteceu no Verão passado no nosso país quando aquele casal português se tornou famoso, ao ter comprado e distribuído água às pessoas retidas na autoestrada, que foram apanhadas desprevenidas num dia de calor intenso de Verão. Por vezes, pequenos objectos como uma lanterna podem evitar situações de pânico, tais como um canivete ou um quebra-vidros dentro de um carro, imagine-se a situação de um acidente rodoviário, em que um sujeito se encontre preso pelo cinto de segurança e se encontre encarcerado com uma criança atrás.  Quanto tempo terá ele de esperar até a operação de socorro chegar? Ou numa situação de queda de árvores devido ao mau tempo. Ou quando se anda sozinho de bicicleta, aqueles que, com frequência saem da estrada, e têm acidentes e ficam feridos, quantos desses trazem algum objecto sonoro como um apito ou de luz para sinalizarem o alerta? 
Há toda uma panóplia de situações várias que podem ser colmatadas por aquilo que se designa por EDC (every day carry - objectos de sobrevivência que devem andar sempre connosco). Passamos então a descrever uma possível lista desses objectos EDC: 
-O telemóvel
-Um canivete com lâmina de dimensões legais, abaixo de 10 cm, os do tipo Suíço são melhores.
-Uma lanterna de boa marca e resistente a uma queda e úteis na defesa pessoal
-Carteira com pensos para feridas e um mínimo de dinheiro, pois se a luz falha não funciona o multibanco
-Uma garrafa com um pouco de àgua
-Um quebra-vidros
-Um assobio ou apito
-Um isqueiro (muito importante, podes ser preciso fazer fogo em várias situações com usos diversos)
-Luvas cirúrgicas
-Medicamentos usados em situações de urgência, como por exemplo anti-inflamatórios e analgésicos 
-Um cinto regulável que possa servir de torniquete ou ajudar a dominar um cão enfurecido
-Calçado resistente


Para complementar juntamos o link do excelente documentário "Britain Blackout". Este demonstra que sem electricidade a sociedade actual fica completamente vulnerável. 

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