domingo, 27 de fevereiro de 2011

Porto - Treino de artes marciais (2011-02-26)






Métodos de orientação não rigorosos (2ª parte)

ORIENTAÇÃO PELO MÉTODO DA SOMBRA DA VARA
É preciso notar que este método não oferece uma precisão exacta, pelo que deve ser aplicado ou de manhã ou de tarde. Este método permite que seja usado qualquer ramo, direito ou torto, ou até mesmo usar a sombra de um ramo de uma árvore, uma vez que apenas interessa a sombra da ponta do objecto que estamos a usar. Inicia-se por marcar no chão o local onde está a ponta da sombra da vara. Depois de algum tempo, a sombra move-se, e volta-se a marcar do mesmo modo a ponta da sombra da vara. Ao unir as duas marcas, obtemos uma linha que define a direcção Este-Oeste. O tempo que demora a obter um deslocamento da sombra (bastam alguns centímetros) depende também do comprimento da vara. Assim, uma vara de 1 metro de comprimento leva cerca de 15 minutos a ter um deslocamento da sombra suficiente para se aplicar este método.

ORIENTAÇÃO PELO MÉTODO DAS SOMBRAS IGUAIS
Em primeiro lugar é preciso saber que este método é muito mais preciso do que o anterior, mas é mais exigente na sua execução. A hora ideal para o aplicar é por volta do meio-dia sola, sendo que a vara a usar deve ficar completamente vertical e ter pelo menos 30cm de sombra. Inicia-se por marcar a ponta da sombra da vara. Com uma espia ou corda, atada a uma estaca, e a outra ponta atada à vara, desenha-se um arco cujo centro é a vara e raio igual ao comprimento da sombra inicial marcada, tal como na figura.
 Ao passar do tempo, a sombra vai se encurtando e deslocando, mas a partir de certa altura volta a aumentar o seu comprimento e acaba por chegar até ao arco que foi desenhado no chão. Marca-se então o local onde incide a ponta da sombra. Unindo as duas marcas, obtemos uma linha que define a direcção Este-Oeste, tal como na figura. Uma vez que a vara está exactamente à mesma distância entre as duas marcas, é fácil traçar então a linha da direcção Sul-Norte.
Podemos usar um ramo com ponta bifurcada, uma vara ou ramo e algumas pedras, e montar um sistema como o da figura. Pendurando na ponta da vara um fio com uma pedra atada na ponta, obtém-se uma espécie de fio-de-prumo que garante assim termos uma linha exactamente vertical, tal como exige este método.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Métodos de orientação não rigorosos (1ª parte)

Neste artigo iremos abordar alguns dos métodos de orientação sem bússola. Estes métodos não são rigorosos, mas permitem-nos estimar a direcção.
Em primeiro lugar vamos conhecer a Rosa dos Ventos, sendo isto essencial para a orientação. Esta é constituída por 4 Pontos Cardeais, 4 Pontos Colaterais e 8 Pontos Sub-Colaterais.
Pontos Cardeais:
- Norte - N (outros nomes: Setentrional ou Boreal)
- Sul - S (outros nomes: Meridional ou Austral)
- Leste ou Este - L ou E (outros nomes: Oriente ou Nascente)
- Oeste - O ou W (outros nomes: Ocidente ou Poente)

Pontos colaterais:
- Nordeste - NE
- Sudeste - SE
- Noroeste - NO ou NW
- Sudoeste - SO ou SW

Pontos sub-colaterais:
- nor-nordeste - NNE
- és-nordeste - ENE
- és-sudeste - ESE
- su-sudeste - SSE
- su-sudoeste - SSO ou SSW
- oés-sudoeste - OSO ou WSW
- oés-noroeste - ONO ou WNW
- nor-noroeste - NNO ou NNW

O movimento do sol
O sol nasce aproximadamente a Este e põe-se a Oeste, e ao meio-dia solar encontra-se a Sul. A hora legal (dos relógios) está adiantada em relação à hora solar: no Inverno cerca de 36 minutos, enquanto que no verão a diferença passa para cerca de 1h36m.

Orientação pelo sol com relógio

Hemisfério Norte
Manter o relógio na horizontal, com o mostrador para cima, e orientar o ponteiro das horas de forma a que fique na direcção do sol. A bissectriz do menor ângulo formado pelo ponteiro das horas e pela linha das 12h define a direcção Norte-Sul.

Hemisfério Sul 
Manter o relógio na horizontal, com o mostrador para cima, e orientar o relógio de forma a que a linha das 12h fique na direcção do sol. A bissectriz do menor ângulo formado pela linha das 12h e pelo ponteiro das horas define a direcção Sul-Norte.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Sensação térmica

A sensação térmica (wind chill em inglês) é a temperatura aparente sentida, devido a uma combinação entre a temperatura do ar e a velocidade do vento. Com a excepção das temperaturas muito elevadas, a temperatura da sensação térmica é sempre inferior à temperatura do ar. Quando a sensação térmica é superior à temperatura ambiente, é utilizado o índice de calor. Isto é, tem a ver com a quantidade de calor que a pessoa perde para o ambiente onde está.
São vários os factores que afectam a sensação térmica, como o vento, humidade, pressão, grau de poluição do ar. Para a sua medição com exactidão, devem ter-se em conta todos estes factores. De uma forma simples e aproximada pode-se usar tabelas como a que juntamos.
Vamos ver um exemplo prático de sensação térmica: num dia de 28º podemos ligar um ventilador para nos refrescarmos. É um facto que resulta, mas ao ligá-lo a temperatura do local não desce. Mas, a sensação térmica baixa, pois o ar está com uma temperatura inferior à do corpo, e ao passar rapidamente retira-lhe calor mais rapidamente do que se o ar estivesse parado.
Olhando para a tabela, vemos como o efeito combinado da temperatura e velocidade do vento facilmente nos pode afectar. É essencial minimizar a perda de calor pelo vento e chuva. O vento movimenta o ar quente para cima, que é soprado para fora, num processo chamado convecção. Quanto mais forte for o vento, mais rapidamente o ar quente vai embora, sendo produzido um efeito de resfriamento que torna a sensação de frio muito mais intensa. A chuva faz com que as roupas fiquem húmidas, reduzindo o seu valor de isolamento. A roupa molhada reduz o calor do corpo a níveis alarmantes. Uma capa impermeável (ou corta-vento) sobre as camadas de isolamento elimina a perda de calor por condução e convecção. Como o vento não penetra na capa, o ar quente junto do corpo permanece aí. Como é impermeável, a capa também mantém as camadas de isolamento secas, preservando o calor.
A importância de estarmos preparados é fundamental.


Fontes: Wikilusa e outras

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Artes Marciais – O património do Guerreiro

Platão entendia o exercício como uma preparação para a guerra. A formação do atleta-soldado, Guardião da Cidade-Estado, começava em tenra idade. Platão baseou-se em grande medida na disciplina e organização dos espartanos para escrever a “República”.
Galeno, considerava a “gimnástica” como filha e protectora de um estado harmónico do corpo, auxiliar importante da saúde.
Os romanos cultivaram também a cultura física do corpo, como provam tantos ginásios de gladiadores, que tal como as Legiões se treinavam tendo por finalidade a guerra.
Murais gravados no antigo Egipto, mostram-nos exercícios com e sem armas com finalidades atléticas e guerreiras.
A milenária cultura chinesa também não é excepção, o treino e táctica marcial faz parte integrante da sua história. O famoso manuscrito de Sun Tzu, A Arte da Guerra, é disso um exemplo.
Na chamada Idade Média europeia praticavam-se lutas com armas, justas e torneios. O treino marcial era completado por ensinamentos filosóficos e religiosos.
O Japão, os seus Samurais, e o famoso “código” Bushido.
A “mágica” Índia, o Bhagavad-Guitá, esse esotérico poema guerreiro…

Considerações teóricas sobre a prática “marcial-legionária”

O indivíduo deve aprender a conhecer o seu corpo, as suas limitações, as suas vantagens. As melhores técnicas são aquelas que se harmonizam com o nosso corpo pois só assim serão efectivas. O praticante não fica por conseguinte obrigado a executar técnicas que a sua idade, morfologia, constituição física e outros factores não permitem. Como exemplo, não vamos colocar um idoso a executar um pontapé alto, pois não seria efectivo e devido à idade poríamos em risco a sua integridade física. Portanto digamos que o pontapé indicado seria (por exemplo) ao nível do joelho e para o joelho. Surge agora a questão: se um “velhote” consegue com alguma facilidade acertar e partir um joelho, o que não fará um jovem bem treinado! Haverá portanto necessidade de numa confrontação real, darmos pontapés para a “Lua”?
O “estilo” legionário busca o que é eficaz. Quando a nossa vida ou a dos nossos estiver em risco tudo serve para sair ileso. Daí nos nossos treinos incluirmos algumas armas que muitas vezes se encontram “à mão”, como é o caso de um simples pau ou um qualquer objecto cortante e¬/ou perfurante… uma simples revista de leitura bem enrolada pode tornar-se uma arma eficaz quando manejada por mãos treinadas.
Não inventamos, contudo, nenhuma “nova” arte marcial e a ideia é fazer com que os nossos amigos se libertem de estilos que os condicionam e limitam, e quem está limitado sai perdedor, o que na rua pode querer dizer morto ou gravemente ferido.
Muitas pessoas pensam que um extenso reportório técnico é muito importante quando na prática, na maior parte das vezes, o que o nos vai ajudar é aquele murro, ou pontapé, certeiro que foi mil vezes treinado.
Por isso saber uns “truques” é bom, treiná-los com frequência é melhor, mas não é tudo: numa confrontação real, que não sabemos quando e onde vai ter lugar, nem quantos inimigos vamos enfrentar, se estão armados e com quê?... nestas situações digo-vos que a técnica não é o factor que vem em primeiro lugar!
Vejamos:
Imaginemo-nos a fazer a coisa tecnicamente tão simples como caminhar em linha recta a uma altura de três ou quatro andares sobre uma tábua suficientemente larga para caminhar com a simplicidade (técnica) com que o faríamos no chão… Experimentem, vão reparar que a coisa não é assim tão fácil. Vários factores influenciaram a simples técnica de andar, portanto o que é necessário em primeiro lugar para atravessar a tábua?
- Coragem, confiança nas próprias capacidades e uma grande vontade de vencer.
- Fisicamente capaz, ou seja, estar fisicamente preparado.
- Em terceiro lugar a Técnica (de andar) que só é possível após a “decisão MENTAL” e a capacidade física para executar o acto.
Não é esta também uma (a) trilogia da sobrevivência?
Esperamos agora que tenham encontrado explicação para algumas interrogações!... Cada um tem os seus medos, que precisa encontrar, compreender e exorcizar. Muitos bons atletas falham em momentos cruciais, incapacitados de fazer aquilo para que treinaram diariamente. Por outro lado uma frágil mulher é capaz de realizar uma grande proeza “física” levantando sozinha um pesado tronco debaixo do qual o seu filho ficara entalado!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A sobrevivência

Este é um tema muito vasto: pelas suas numerosas técnicas, conhecimentos e possíveis situações. Em actividades ao ar livre, a sobrevivência pode ser entendida como um conjunto de técnicas que ajudam a lidar com condições climáticas difíceis, acidentes ou outros, podendo assim tornar a vida mais confortável, mesmo num ambiente mais selvagem ou rústico, hostil, perigoso, difícil, etc.
 Este conjunto de conhecimentos e técnicas antigas e modernas podem ajudar-nos a salvar as nossas vidas e as vidas de outros. As suas várias facetas – escalada, orientação, conhecimento de plantas, meteorologia, técnicas para fazer fogo, recolha de água, e muito mais – que podemos desenvolver na natureza permitem-nos aproveitar os seus recursos e ao mesmo tempo evitar perigos. Isto fortalece o corpo e a mente, aumenta a autoconfiança, a capacidade de improvisação e ajuda a preparar para uma situação de sobrevivência real.
A aprendizagem destas técnicas pode ser alcançado através de vários processos. Iremos de seguida analisar alguns:
- Teoria (livros didácticos, artigos, tutoriais, vídeos, etc.);
- Prática orientada;
- Experiência.

Teoria (livros didácticos, artigos, tutoriais, etc.)

A sobrevivência, tal como outras actividades, tem aspectos práticos e teóricos. Pela sua vastidão, é praticamente impossível obter de uma forma prática todos os conhecimentos possíveis.
Para obter o conhecimento teórico é preciso ler, ver vídeos, havendo um vasto recurso de partilha de conhecimento na Internet.
Este conhecimento teórico pode ser adquirido antes da experiência ou prática.
Para técnicas de sobrevivência, um bom livro (artigo/vídeo) sobre o assunto pode-nos ajudar a evitar problemas e erros que podem, eventualmente, ser graves ou trazer riscos. Alguns exemplos são a construção de armadilhas, fazer fogo, recolha ou filtragem de água, fazer um abrigo e outros, que se não forem minimamente bem executados, não só terão eficácia duvidosa como também poderão ser perigosos.
Como é evidente, existem muitos tipos de livros e manuais, desde os mais gerais, que abrangem os temas mais comuns, até aos mais especializados. Assim como o tipo de ambiente de sobrevivência, porque tentar sobreviver num clima temperado europeu é muito diferente duma selva sul-americana, savana africana ou clima frio do norte da Europa.
Os manuais de sobrevivência militar merecem um comentário especial porque geralmente são os mais completos (por razões óbvias), apesar de, em determinados casos, utilizarem técnicas que requerem equipamento militar ou especializado, que a maioria das pessoas não possui.
Existem manuais de sobrevivência altamente especializados, dedicados a ambientes, climas ou situações específicas, sobrevivência em combate, primeiros socorros, etc.

Prática orientada

A prática orientada é algo importante na aprendizagem das técnicas de sobrevivência. Aqui o instrutor ensina de forma directa aquilo que o principiante já sabe da teoria, adquirindo as competências para a sua execução de forma mais fácil, uma vez que a presença do instrutor acelera esta aprendizagem e previne e esclarece sobre potenciais erros de execução.
Evidentemente que pode aprender tudo sozinho, mas vai demorar mais tempo e até pode nunca vir a desenvolver as técnicas correctas, o que é um risco no que diz respeito às técnicas de sobrevivência. Um exemplo: no caso das mochilas é muito comum as pessoas fazerem a sua mochila sem muito método ou conhecimento; ora, o resultado muito provável é cansarem-se rapidamente. Mas um professor em cinco minutos pode indicar o que é certo e o que está errado, ensinando como prepará-la correctamente.

Experiência

Esta é fundamental para o complemento dos conhecimentos teóricos e das actividades práticas e é um elemento base para garantir a boa aprendizagem de técnicas de sobrevivência.
Sem a experiência nunca poderemos testar em campo os nossos conhecimentos e técnicas, de forma a aperfeiçoá-los.
Isto é fundamental em caso de emergência, ou seja, quando o risco é real e é a nossa sobrevivência e de outros que está em jogo.
E a única forma de o conseguir é praticar, praticar e praticar, de forma a ganhar cada vez mais experiência nos diversos campos e situações possíveis.

A finalizar:

Abordamos neste artigo alguns dos conceitos básicos que definem a aprendizagem da sobrevivência. A teoria, a prática orientada e a experiência real são factores que devem ser combinados em todos os casos para obter uma boa formação. Todos eles devem estar presentes e integrados, para que o objectivo final seja atingido: a sobrevivência.