segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

... E o Caminho faz-se para Norte...

     Não precisamos da vaidade de participações em eventos de multidões sob os holofotes dos media, tais como meias-maratonas, corridas da época e outras provas mais ou menos folclóricas. Fazemos o nosso próprio caminho, ao nível físico, mental e espiritual.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Actividade em Valongo - orientação com bússola e montagem de tarp

No dia 3 de Dezembro, o Grupo Legio organizou mais uma actividade em Valongo.



Para além da habitual caminhada pela serra, foram revistos princípios de orientação usando uma bússola prismática. Esta foi empregue para determinar o azimute de um ponto de referência. O azimute magnético consiste no ângulo horizontal que uma direcção faz com o Norte Magnético e é um dado precioso em Topografia, Astronomia, Náutica e, naturalmente, no sobrevivencialismo.



No final, houve ainda tempo para montar uma tarp improvisada a partir de um poncho. Para tal, primeiro passou-se uma corda pelos orifícios que se encontram ao centro do poncho. As pontas da corda foram atadas aos troncos de 2 árvores.


De seguida, usou-se uma faca para cortar e afiar estacas, 6 ao todo. Com recurso a uma pedra, as estacas foram enterradas no solo à volta da tarp nos pontos mais adequados para a sua montagem (3 estacas de cada lado da tarp).



Por último, foram usados nós do tipo taut-line para prender o poncho às estacas.


O tipo taut-line tem como vantagem a possibilidade fazer o nó deslizar com o intuito de ajustar a tensão do cordão. Para além disso, este nó é fácil de desfazer, simplificando o processo de desmontagem da tarp.


Após se prender a tarp às 6 estacas, cada uma com o seu cordão, o processo encontrava-se concluído.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O "Enigma" dos Bancos.

                                                                   


  O sistema bancário internacional é visto como um enigma. Talvez pelo facto de existirem mais de 30.000 bancos diferentes ao redor do mundo que possuem quantidades inimagináveis de activos. Os dez maiores bancos, por si sós, contam com mais de 25 triliões de dólares.
Hoje em dia, os bancos parecem muito complexos, mas originalmente foram criados para deixar a vida mais simples.

                                                          Origem dos bancos

     No século XI, a Itália era o centro de comércio da Europa. Comerciantes de todo o continente aqui se encontravam para negociar as suas mercadorias. Mas havia um problema: moedas de mais em circulação.
Em Pisa, os mercadores tinham de lidar com sete moedas diferentes cambiavam entre si constantemente. Esse negócio de troca acontecia, em geral, ao ar livre, em bancos de rua. Daqui surgiu a designação de banco.

Os perigos da viagem, o dinheiro falso e a dificuldade de obtenção de um empréstimo fizeram os mercadores pensarem na necessidade de um novo modelo de negócios. Os corretores dessa época começaram a dar crédito aos empresários, enquanto os comerciantes genoveses desenvolveram pagamentos em moeda escritural.
As redes de bancos de toda a Europa distribuíam crédito a várias entidades, inclusive para as igrejas ou reis europeus.
Desde sempre, e numa descrição mais simples as pessoas depositam o seu dinheiro e recebem uma pequena quantia de juros em troca. O banco com esse dinheiro empresta com taxas de juros muito mais elevadas. É um risco calculado, pois sabem que alguns dos devedores entrarão em incumprimento com o seu empréstimo.
Esse processo é essencial para nosso sistema económico, porque fornece os recursos essenciais para pessoas adquirirem coisas grandes como casas ou carros e negócios por conta própria, ou para a indústria se expandir e se tornar mais lucrativa, criando assim mais postos de trabalho.
Então, os bancos com os depósitos provenientes das poupanças de pessoas e das entidades criam recursos que a sociedade pode usar para os mais diversos negócios.
Outras fontes de renda dos bancos incluem a aceitação de depósitos de poupança, os negócios de cartão de crédito, as operações de câmbio, serviços de notação financeira e de gestão de caixa.
O principal problema dos bancos nos dias de hoje é que muitos deles abandonaram seu papel tradicional de fornecedores de produtos financeiros de longo prazo em favor de ganhos de curto prazo, que acarretam riscos muito mais elevados.
Durante o boom financeiro, a maioria dos grandes bancos adoptaram aplicações financeiras que eram de difícil compreensão e fizeram suas próprias operações em uma tentativa de fazer dinheiro rápido e ganhar milhões de lucros para os seus executivos e traders. Fizeram de alto risco, o que danificou a economia mundial, particularmente em vários regiões do Globo, com fortes implicações sociais.
Exemplo disto foi em 2008, quando bancos como o Lehman Brothers concederam crédito para, basicamente, qualquer um que quisesse comprar uma casa, e assim colocaram os bancos numa posição de risco extremamente perigosa. Isso levou ao colapso do mercado imobiliário nos EUA e em partes da Europa, fazendo com que o preços das acções baixasse drasticamente o que levou a uma crise bancária global e uma das maiores crises financeiras da história. Centenas de biliões de dólares simplesmente evaporaram. Milhões de pessoas perderam os seus empregos e muito dinheiro foi perdido.
A maioria dos principais bancos do mundo teve de pagar biliões de dólares em multas e os banqueiros viram deteriorada a sua imagem de credibilidade de que até aí ainda usufruíam. Os governos dos Estados Unidos e da União Europeia tiveram de criar enormes pacotes de resgate para comprar activos podres e impedir que os bancos fossem à falência.
Novas leis e regras foram postas em vigor para regular o sector bancário. Fundos compulsórios bancários de emergência foram aplicados para absorver os choques em caso de outra crise financeira. Contudo, as reformas mais profundas continuam por fazer.
Já em 2009, William White, reconhecido economista canadiano e presidente da OCDE, advertiu que o sistema financiero mundial vivia numa situação muito periclitante, uma vez que não tinha recursos económicos suficientes para fazer frente a outra crise. Segundo ele, “o mundo sobrevem uma perigosa avalanche de dívidas incobráveis e de bancarrotas que irão pôr à prova a estabilidade política e social mundial”. Acrescentando que “a situação actual é pior que em 2007, uma vez que os recursos e engenhos macroeconómicos necessários para combater a crise estão praticamente esgotados”.

               Cabe aqui revisitar a opinião de um dos maiores filósofos que produziu o Génio Europeu há mais de dois milénios, para que possamos meditar no seu pensamento perfeitamente sóbrio, imbuído em justiça e aplicável à actualidade:  
     "Assim, das duas maneiras de adquirir e de se enriquecer, uma pela economia e pelos trabalhos rústicos, outra pelo comércio, a primeira é indispensável e merece elogios; a segunda, em contrapartida, merece algumas censuras: nada recebe da natureza, mas tudo da convenção.
O que há de mais odioso, sobretudo, do que o tráfico de dinheiro, que consiste em dar para ter mais e com isso desvia a moeda de sua destinação primitiva? Ela foi inventada para facilitar as trocas; a usura, pelo contrário, faz com que o dinheiro sirva para aumentar-se a si mesmo; assim, em grego, lhe demos o nome de tokos, que significa progenitura, porque as coisas geradas se parecem com as que as geraram. Ora, neste caso, é a moeda que torna a trazer moeda, género de ganho totalmente contrário à natureza."  (Aristóteles - "Política" - Apreciação dos Dois Modos de Aquisição)

 

domingo, 20 de novembro de 2016

Plantas herbáceas: Erva-moura


Erva-moura (Solanum nigrum)



Descrição botânica: Planta anual de 30 a 120 cm de altura, de caule glabro (sem pelos) ou mais ou menos piloso, frequentemente anguloso. As folhas encontram-se distribuídas ao longo do caule e dos ramos. Têm forma ovalada, com margens sinuosas ou dentadas, são glabras ou mais ou menos pilosas.
 
 
As flores, dispostas em grupos de 3 a 6, nascem no extremo de um pedúnculo comum que não surge da axila de uma folha, mas sim do meio de um entre-nó. O cálice tem a forma de sino e possui 5 sépalas. A corola apresenta 5 pétalas e tem 6 a 12 mm de diâmetro. As pétalas são de cor branca e curvam-se com o tempo. No centro da corola é possível ver-se anteras amarelas com 5 estames e, no seu meio, o estigma de cor verde. Os frutos são bagas de 6 a 8 mm de diâmetro, de cor negra, alaranjada ou amarela-esverdeada, consoante o estado de maturação.


 
Habitat: Campos de cultivo ou terrenos baldios.

Perigos conhecidos: Não existe consenso quanto à toxicidade das folhas e bagas desta planta para o Homem. Segundo algumas fontes, podem ser relativamente tóxicas mas outras consideram-nas totalmente seguras para comer. Em algumas partes do mundo, esta planta é cultivada com o intuito de usar as suas folhas e frutos na alimentação humana e é provável que a sua toxicidade varie com o local onde cresce. Os frutos verdes contêm a concentração mais alta de toxinas neste planta. No entanto, são raramente fatais. Sintomas podem incluir dores abdominais, vómitos e diarreia.

Usos alimentícios: As bagas podem ser usadas em conservas, geleias e pastéis. Têm um sabor almiscarado, parecido com o tomate mas menos agradável. Só se devem usar os frutos totalmente maduros pois quando estão verdes possuem a toxina solanina. Os frutos contêm 2,5% de proteína; 0,6% de lípidos; 5,6% de hidratos de carbono; 1,2% de cinzas.
As folhas jovens e os rebentos podem ser ingeridos crus ou cozinhados, como hortaliças ou adicionados a sopas. Como já foi referido, deve-se prestar atenção à sua possível toxicidade.
Composição nutricional das folhas (por 100 gramas de peso fresco):
Água: 86,4 g
Proteínas: 4 g
Lípidos: 0,7 g
Hidratos de carbono: 7,6 g
Fibras: 1,6 g
Cinzas: 1,7 g
Cálcio: 210 mg
Fósforo: 70 mg
Ferro: 5 mg
Vitamina A: 2000 mg
Tiamina: 0,15 mg
Riboflavina: 0,15 mg
Niacina: 1,2 mg
Vitamina C: 43 mg

Outros usos: Estas plantas são capazes de remover bifenilpoliclorados (compostos organoclorados tóxicos) do solo. São mais eficazes caso sejam inoculadas com a bactéria Agrobacterium tumefaciens.
 
Propagação: Pode-se fazer a sementeira em estufa no início da Primavera e fazer a transplantação das plantas no final da Primavera.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Remover pesticidas e outros químicos dos alimentos

Apesar de serem uma grande ajuda para os agricultores, os pesticidas não são nada benéficos para a saúde. Por isso, se ainda não compra alimentos biológicos e orgânicos há sempre formas de tentar reduzir ao máximo o risco de ingestão de vestígios destes químicos. O site Health Digezt listou algumas formas simples que, apesar de não terem o sucesso absoluto garantido no que toca à eliminação destes vestígios, podem fazer uma grande diferença:


 Descascar. Nas frutas e vegetais cuja casca é fácil de remover, descascá-los é a forma mais eficaz de eliminar os pesticidas. Passar por água morna. Os especialistas sublinham que deve passar a água morna e não quente. Faça-o nas frutas e nos vegetais que não dão para descascar mas faça-o também naqueles que acabou de descascar, para garantir que remove todos os vestígios de pesticidas.

 Esfregue-os com um pano ou papel. Depois de lavada, esfregar bem uma peça de futa ou um vegetal com um pano limpo ou um pouco de papel de cozinha vai ajudar a remover qualquer pesticida.

Mergulhe-os em água salgada. Se receia que alguma fruta ou vegetal tenham demasiados pesticidas, mergulhe-os durante uns minutos numa bacia de água morna com uma colher de chá de sal grosso antes de os passar por água morna e de os limpar.

 Mergulhe-os em água com vinagre. Alguns pesticidas contêm certos químicos que são absorvidos pela casca do alimento. Uma boa forma de os remover é mergulhando os alimentos numa bacia com água e uma colher de sopa de vinagre.

 Spray DIY. Já há produtos para eliminar os pesticidas à venda no mercado mas pode fazer a sua própria versão caseira com uma colher de sopa de sumo de limão e duas colheres de sopa de bicarbonato de sódio. Coloque num frasco de spray, abane bem e borrife as frutas e os vegetais depois de os passar por água morna e antes de os secar. (fonte -NOTÍCIAS AO MINUTO)

 Iodo. Talvez um dos métodos mais eficazes, que pode inclusivamente ser utilizado em combinação com outros métodos citados acima. Ver vídeo do médico brasileiro Dr. Lair Ribeiro.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Marcha no Parque Nacional da Peneda Gerês (30/10/2016)

Um belo domingo de sol, perfeito para uma actividade ao ar livre. Decidimo-nos por uma rota pouco habitual para o Grupo Legio: O Gerês -  Reserva Mundial da Biosfera de acordo com a UNESCO e uma verdadeira jóia paisagística e natural de acordo com os seus visitantes, frequentadores e habitantes. A subida foi algo cansativa mas ainda assim  agradável, entre o ar puro da montanha, cascatas de água cristalina, medronheiros, azevinhos e todas as outras espécies que compõem a rica e bela flora selvagem do nordeste do Minho.



















 Aqui cabe a narrativa de um pequeno incidente, a título meramente didáctico: No final da caminhada, mesmo no sítio que nos havia servido como ponto de partida, deparamos com uma turista de meia idade que se havia  ferido depois de se expor a um risco desnecessário, numa situação que felizmente e por sorte não teve um desfecho trágico. Para nós ficaram claras todas as lições que temos aprendido com a nossa constante investigação acerca da sobrevivência, montanhismo e bushcraft; lições e orientações importantíssimas que não devemos jamais esquecer:

1 - A atitude prudente e reflectida: Não nos devemos expor a riscos físicos e ameaças sem que haja uma razão e justificativa para tal. Enveredar por uma zona montanhosa e de precipícios sem que haja uma avaliação prévia dos riscos, conhecimento prévio do local e necessidade de vida ou morte pode custar caro. Dor, sofrimento ou morte.

2 - A preparação necessária: Ninguém sai de casa a pensar em se magoar. Algumas vezes, acabamos por nos magoar mesmo em situações imprevistas e em ambientes que oferecem poucos riscos. Um pequeno kit de primeiros socorros numa mochila é algo de grande valia, mesmo num ambiente urbano. 


3 - A forma física apropriada: Esse quesito é praticamente auto explicativo. Você não vai fazer certas coisas se  faltam forças ou se possui alguma condicionante. Se você um septuagenário que está em má forma física e não se exercita com regularidade não deverá fazer certas coisas ainda que o espírito seja jovem e aventureiro. 

4 - A indumentária apropriada: Ninguém vai a um casamento a vestir fato de banho, assim como ninguém deve aventurar-se na montanha com calções de tecidos finos e chinelos. Você de certeza irá se magoar e passar por inúmeros desconfortos. 

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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Como se começar a preparar (minimizando o esforço e custos)

- Fazer um Plano
O primeiro passo, e talvez o mais crítico, é fazer um plano.
Considere o que tem e o que precisa. Em seguida, descubra uma maneira de o conseguir.
Ordene as suas compras por prioridade, planeie o seu tempo e foque-se nas mais urgentes primeiro.
Divida o esforço com os outros membros da sua família.

- Fazer pesquisas
Preparar-se não é só comprar coisas. Há muito mais do que simplesmente adquirir material. Leia livros sobre preparação, pratique com pessoas da área, ou pesquise na Internet, e aprenda novas habilidades, que irão ajudá-lo durante tempos difíceis.

- Fazer o Orçamento
Seja cuidadoso com as suas despesas, faça um planeamento prévio dos gastos, porque isso vai ajuda-lo a economizar algum dinheiro extra. E esse dinheiro poderá  ajuda-lo a preparar-se mais rapidamente.

- Fazer um EDC
Fazer um pequeno EDC e leva-lo consigo sempre, não é difícil e vai ajuda-lo a sentir-se mais preparado.
Algo como um canivete tipo suíço, uma pequena lanterna, uma navalha de qualidade com lamina de +/- 7,5 cm que, por exemplo, pode cortar o cinto da carro e partir a janela em caso de acidente.
Alguns artigos que precisa, provavelmente são coisas que já tem em casa.

- Fazer um Caderno de Apontamentos
Ter informação é algo crítico, e ter tudo prontamente disponível em algum lugar (ou melhor ainda, ter várias cópias do mesmo) irá ajudá-lo em momentos complicados.
Alguns exemplos são números de telefone e locais para encontros durante uma emergência, purificar água. e outros planos.
Também é aconselhável ter um exemplar em papel de um bom manual de sobrevivência.

- Abastecimento de Combustível
Ateste o depósito quando ele estiver (no máximo) a meio, e faça com que isto se torne um hábito. Manter um depósito cheio de combustível no veículo vai ajudar em pequenas emergências (ás vezes não existe um posto por perto ou está muito distante e andar a pé até lá não é uma opção).
Sem falar que numa situação de emergência, isso pode acarretar sérios riscos ou morte, pois a sua comida, medicamentos, armas e ferramentas estarão no veículo.

 - Cordas e Nós
As cordas são muito úteis durante uma experiência de sobrevivência. Pode fazer armadilhas, construir um abrigo, etc
A lista é quase interminável. Saber alguns nós básicos vai ajudá-lo a fazer um melhor uso dos seus recursos.

- Fazer um BOB
Provávelmente até tem algumas coisas uteis consigo ou no carro…
Mas se estiver fora por um dia ou dois? E se não puder voltar para casa durante 1 semana ? Tem o que precisa?
Ter um BOB (Bug out Bag) preparado é algo que vale a pena.

- Praticar
Algumas habilidades uma vez aprendidas, nunca mais esquecem.
Mas primeiro têm que ser aprendidas, depois têm que ser praticadas.
Até pode ter a estudado sobre algumas habilidades, e na teoria saber como faze-las, mas ainda assim não seria capaz de realmente as fazer.
Pratique as suas habilidades em casa ou onde puder.
Como, por exemplo, acender uma fogueira sem fósforos, fazer um abrigo, purificar água e muitas outras…

- Fazer uma horta
As sementes não são caras, mas saber quando e como plantá-las, como regá-las e quando colhê-las não tem preço.
E isso poderá ajuda-lo a ter comida mais saudável e poupar no supermercado… além do mais importante: alguma auto-suficiência.


- Saber mais sobre plantas comestíveis
Muitas pessoas que fazem caminhadas passam por elas sem saber que podem ser uma boa refeição em situações de emergência. Aprenda a identificá-las.

- Esteja em forma
Faça desporto, seja caminhadas, corrida, ginásio, artes marciais, etc.
Não tem que ser um desportista de topo, mas iniciar uma experiência de sobrevivência em boa forma, vai dar-lhe uma grande vantagem.

- Ter livros
Arranje manuais e guias que o podem ajudar no futuro.
Procure livros sobre construção, jardinagem, criação de animais, primeiros socorros de emergência, caça e pesca, só para citar alguns.


- Aproveitar as Promoções
Procure on-line ou em folhetos por promoções de produtos que pode comprar.
Compre mais alguns artigos extra mensalmente. Lentamente, vai começar a ter o seu stock de produtos.

- Ler Blogs, Foruns e Participar
Pode aprender muito com outras pessoas com mais experiência.
Leia e participe nas comunidades de sobrevivencialismo.
E não seja apenas um consumidor de informação, partilhe as informações possui.
Não tem que ser um especialista no assunto, apenas partilhar as suas experiências, e assim aprender mais.

- Estar Atento
Esteja atento ás fontes da imprensa local, nacional e internacional. Mantenha-se a par dos acontecimentos actuais e dos efeitos que podem ter sobre si.
Desde a previsão de mau tempo, até o aumento das tensões mundiais ou a uma explosão solar, tudo pode ter impacto na sua vida.

- Pratique pequenas reparações
Tem um pequeno aparelho que está avariado?
Pesquise on-line e veja se descobre como consertá-lo antes de chamar o técnico.
Aprender este tipo de habilidades irá ser valioso no futuro, poupando até algum dinheiro a curto prazo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Grupo Legio - Encontro

Temas em Debate:
- Actualidade e Conflitos
- BAD (Base Autónoma Durável - Sustentável)
- Sobrevivência Militar/Civil
- Preparação


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Regras de comportamento em áreas desconhecidas (ou como evitar começar um motim)

Lembre-se, nestes dias de crescente "multiculturalismo" é perfeitamente possível meter-se em problemas ao "quebrar  regras culturais", mesmo sem viajar para um país estrangeiro...

A consideração primordial para este tipo de problema pode ser facilmente dividido em duas categorias.
Decidir sobre um curso de acção recomendado ou exibir um comportamento que sempre pode ser realizado com este simples teste decisivo...
1) Nenhum dano pode vir a partir deste ... (inserir acção)
2) Nada de bom pode vir de ... (inserir acção)

A seguir, vejamos como isso se aplica nesta lista das 10 melhores coisas a considerar:

1. Seja observador (esteja atento)
Quebrar regras em outras culturas pode significar penalidades, de moderadas a severas.  (Vá para Praça Deera na Arábia Saudita numa tarde de sexta-feira para ver exemplos flagrantes).
Devido á potencial severidade da punição, do que podemos ver como questões "pequenas" ou menores, a requintada arte da observação deve entrar em jogo o mais cedo possível.
Examine á sua volta, compare-se com os outros, e veja de que forma se destaca, ou irá destacar-se, e em seguida, tome as medidas para solucionar essas questões rápidamente.
Ser observador não lhe irá trazer nenhum mal.

2. Mantenha-se coberto
Isto aplica-se aos homens, mas mais ainda para as mulheres.
Nenhum dano advém de cobrir tanto do corpo quanto possível, numa área desconhecida.
Se acha que realisticamente vai encontrar-se numa situação "desconhecida" como a que estamos a mostrar, então assegure-se que calças e camisas de manga comprida estão imediatamente disponíveis. Uma observação anterior deve indicar se precisa de cobrir a cabeça.
Para lenços de cabeça e similares, a menos que saiba os identificadores locais, ou de gangues (por exemplo, padrões e conotações da cor num lenço) deve o mais possível escolher os neutros e sem estilo específico.
Um exemplo:  a sua gravata azul pode parecer de grande estilo no bar do seu clube, mas provavelmente vai causar problemas no centro-sul de Los Angeles.

3. Evite Comentários
Na realidade, provavelmente os moradores ou residentes já o “marcaram” como sendo um estranho. Tentar não se destacar vai ajudar, mas um comentário a algo (especialmente um negativo ou depreciativo), não importa se é excelente, se tem piada, se estranho ou humilhante, vai levá-lo rapidamente ao “radar” das pessoas, e não num bom sentido.
Nada de bom pode vir de mencionar como são "diferentes" essas pessoas de si, ou você é dessas pessoas.

4. Mantenha-se junto aos do seu sexo
Não se tente envolver, de forma alguma, com os membros do sexo oposto. Ponto Final.
Esteja á vontade para se sentir melindrado com este conselho, mas cumpra-o sem discussão.
Se decidir não o seguir, vai aprender a fazê-lo de outra maneira...
Também sabemos que isso não é apenas sobre si. Se é apresentado a uma mulher, não lhe estenda a mão. Espere que seja ela a fazê-lo. Se lhe segurar a mão num simples gesto de cortesia, pode estar a força-la a escolher entre, insultar um convidado (você) ou tocar um homem que não é casado com ela, ou até ambas, situações estas em que pode vir a ser duramente castigado por isso.
 
5. Mantenha-se fora de áreas e edifícios religiosos
Na ausência de um guia profissional, ou clara aceitação dos turistas, as possibilidades de quebrar uma regra importante são muito grandes, por isso não vale a pena o risco..

6.  Permaneça com a cabeça “limpa”
Se baixar a sua capacidade de estar atento, e a capacidade cognitiva para entender por que precisa de cumprir com essas regras, nada de bom pode vir dai... Por isso, por favor, note que só porque vê os locais a fazer algo, não significa que também o possa (deva) fazer...  e claro, não nunca ficar bêbado ou drogado em lugares perigosos.
Mais concretamente, NUNCA alterar o seu estado mental, excepto num lugar confirmadamente seguro.
7. Não se envolva com nenhum pedido
Não dê aos pedintes, não alimente os pobres. Da experiência pessoal, não pare a criança a correr para a estrada mesmo á sua frente (é um isco para uma armadilha que não quer cair).
Não fale com prostitutas, mesmo se estiver “apenas a perguntar uma informação”, evite vendedores de rua, auto declarados motoristas de táxi, etc... Bem, concerteza que já percebeu a ideia.
Se precisar de ajuda, pergunte a alguém num lugar de alguma confiança.
Procure assistência do pessoal de serviço, garçons, donos de lojas etc.
Não pare um estranho qualquer na rua para pedir indicações ou fazer perguntas, e não fique na rua à procura parecendo perdido e / ou desorientado.
Se “inadvertidamente'” se encontrar no lugar errado, vire-se e volte por onde veio.

8. Não tire fotografias
Se já percebeu que pode não estar num local confiável e seguro, então pare de andar como um turista e a tirar fotos da pessoas e locais.
A menos que esteja  a tirar fotos dos seus dentes para análise do registo dental mais tarde, nada de bom pode vir de andar pela rua a tirar fotos e a exibir uma câmara.
 
9. Não exiba riqueza
Se é brilhante e/ou vistoso e, possivelmente caro, não o use ou oculte-o.
Vista-se de forma sóbria, simples  e que não dê nas vistas.
Esforce-se nisto, este é um ponto muito importante.

10. Seja cortês
Não espirituoso, envolvente, divertido, fascinado, chocado, piedoso, ou empenhado em  "educar as pessoas", ou qualquer outra forma que possa pensar que quer dizer "cortês '.
Nada disso, apenas genuinamente cortês.
Não esqueça que é a “carta de fora”, está sob escrutínio, qualquer coisa que corra mal será vista como potencialmente sua culpa, então não tente fazer nada "errado" (mesmo que ainda não saiba o que é errado).
Seja sincero e respeitoso nas suas acções, até que perceba o que está a acontecer...

Com estas 10 simples medidas, esperamos que "compre tempo" para descobrir a melhor forma de agir e avançar numa área até então desconhecida para si.
Ficar em problemas numa área desconhecida, tem imensos riscos adicionais.
Incitar uma multidão é uma situação em que, muito provavelmente, nunca irá escapar.

Tem algumas "regras" que segue quando está em “áreas desconhecidas” ?
Por favor, comente e partilhe as suas experiências...

Traduzido e adaptado de: www.shtfschool.com

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Fogo Primitivo com Arco e Broca

Fazer fogo por fricção com arco (bowdrill) no mato com materiais encontrados no local, não é algo fácil de se fazer.
Mas é possível, sobretudo com alguma experiência.
No entanto, existem dificuldades que este vídeo tenta ajudar a ultrapassar...

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Saber identificar os tipos de nuvens (e estado do tempo previsivel)

Para quem pratica actividade ao ar livre, saber identificar as nuvens, e ter a noção do estado de tempo previsivel,  é algo muito importante.

A formação das nuvens é o resultado da condensação do vapor da água que está na atmosfera e se transforma em gotículas de água, ou minúsculos cristais de gelo. 
Essa formação ou aglomerado de gotículas e cristais recebe o nome de nebulosidade.

A principal diferença entre os tipos de nuvens é a altura em que elas se formam ou onde está sua base, e essa altura varia de acordo com a posição geográfica. Ou seja, aqui em Portugal, as nuvens estão em uma altura diferente das que estão no Polo Norte, por exemplo.


Stratus
São as nuvens mais próximas do chão e não ultrapassam um quilometro de distância da superfície. Quando vistas no céu, parecem um tapete.
Podem dar origem ao nevoeiro, de acordo com o clima.


Stratocumulus
De formato arredondado, esse tipo de nuvem pode ser branco ou cinzento, e em geral parece um mosaico no céu.
Quando se formam, podem causar chuva leve.
Podem causar turbulência quanto atravessadas por aviões.
 


Nimbostratus
São nuvens baixas e verticais, sem formato definido, escuras e cinzentas.
Também são volumosas, podendo ocultar totalmente o Sol.
São as nuvens mais comuns em tempo chuvoso.


Cumulus
São o oposto da nimbostratus.
Têm forma bem definida, coloração clara e parecem chumaços de algodão.
Ver uma nuvem tipo cumulus é sinal de bom tempo, mas quando crescem muito verticalmente, podem causar temporais.
 


Altostratus
Consideradas nuvens de altura média, essas nuvens são identificáveis por cobrir o sol.
Geralmente são azuladas ou cinzentas e formam-se por cristais de gelo ou gotículas de água muito fria.


Altocumulus 
Estas nuvens são as causadoras do efeito algodão que às vezes aparece no céu.
Podem estar a até seis quilômetros de distância do chão.
Ver este tipo de nuvem pela manhã pode ser um sinal de trovoada à tarde.



Cirrus
Estas nuvens são consideradas altas, pois sua distância média do solo é de até oito quilômetros.
São feitas apenas de cristais de gelo e, por conta disso, adquirem esse aspecto enovelado.
Aliás, cirrus, em grego, quer dizer cachos de cabelo, daí o nome.



Cirrocumulus
Têm aspecto enrugado e formação parecida com as nuvens do tipo cirrus, mas são mais finas e verticais. A sua distância do solo pode atingir até doze quilômetros.
Diferente das altocumulus, não formam sombras.



Cirrostratus
Estas nuvens localizam-se logo abaixo das nuvens cirrus.
São finas e leves, a ponto de não encobrirem o sol.
Em vez disso, quando estão em frente ao Sol, formam este efeito



Cumulonimbus
São as nuvens de trovoadas e tempestades, uma versão maior das cumulus.
São densas, esbranquiçadas e formam-se quando surgem as frentes frias.
São facilmente identificáveis por seu formato de bigorna e, por serem altas, são sempre visíveis da janela do avião.
 


 

Fonte: adaptado de blogbirutagaivota.com.br

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Aquecimento Global... Realidade ou Mentira ?




Com:
Prof. Tim Ball - Departamento de Climatologia - Universidade de Winnipeg
Prof. Nir Shaviv - Instituto de Física - Universidade de Jerusalém
Lord Lawson of Blady - Ex-Chanceler do Tesouro do Governo Britânico
Prof. Ian Clark - Departamento de Ciências da Terra - Universidade de Otava
Dr. Piers Corbyn - Físico Solar, previsor do clima, Weather Action
Prof. John Christy - Departamento de Ciências Atmosféricas - Universidade de Alabama em Huntsville
Prof. Philip Stott - Departamento de Biogeografia - Universidade de Londres
Prof. Paul Reiter - Instituto Pasteur, Paris
Prof. Richard Lindzen - Departamento de Meteorologia - Instituto de Tecnologia de Massachusetts, MIT
Patrick Moore - Co-fundador do Greenpeace
Dr. Roy Spencer - Líder de Equipe de Satélites Meteorológicos da NASA
Prof. Patrick Michaels - Departamento de Ciências Ambientais - Universidade de Virginia
Nigel Calder - Ex-Editor da revista New Scientist - Co-Autor do livro "The Chilling Stars"
James Shikwati - Economista e Autor
Prof. Syun-Ichi Akasofu - Diretor do Centro Internacional de Pesquisas do Ártico, IARC
Prof. Frederick Singer - Ex-Diretor do Serviço Meteorológico Norte-Americano
Prof. Carl Wunsch - Departamento de Oceanografia - Instituto de Tecnologia de Massachusetts, MIT
Prof. Eigil Friis-Christensen - Diretor do Centro Espacial da Dinamarca
Paul Driessen - Autor do livro "Green Power, Black Death"

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Na dieta dos Templários, qual o segredo de sua longevidade ?

Jazigo de um cavaleiro templário, Igreja do Templo, Londres.
Fundo: a mesma igreja.
O estudo e a produção de alimentos saudáveis é uma área na qual a ciência vem aplicando seus melhores recursos e conhecimentos.

Diversas especialidades da Medicina também se aplicam na análise das dietas mais apropriadas para a saúde dos variados tipos humanos, sadios e doentes, crianças, jovens e velhos, moradores da cidade, desportistas, e até astronautas.

Na Igreja Católica, as Ordens religiosas têm – ou tinham – normas especiais para a alimentação de seus membros em função de suas respectivas vocações e missões.

Encontramos desde Ordens penitenciais contemplativas de uma austeridade e penitências admiráveis e impressionantes, até Ordens dedicadas às actividades apostólicas, inclusive manuais, que têm um regime muito mais farto.

Os adversários da Igreja muitas vezes tentaram explorar os diversos graus de rigor das Ordens religiosas para debochar delas como exemplos de costumes atrasados, primitivos e em desacordo com a natureza humana, sua saúde e bem-estar.

Outras vezes, os mesmos difamadores espalham que os monges viviam uma vida desregrada em meio a comilanças e bebedeiras indescritíveis que lhes encurtavam a vida.

Agora, uma equipe internacional de professores de Medicina na revista científica ‘Digestive and Liver Disease’ apresentou um trabalho científico inesperado, cujo título diz tudo: “A dieta dos cavaleiros templários foi o segredo de sua longevidade?”

Os Templários – ordem extinta há séculos – pertenciam a uma categoria especial de Ordens religiosas: eram monges cavaleiros, portanto guerreiros, que se dedicavam a proteger os peregrinos na Terra Santa.

Nos tempos de paz mantinham hospedagens e hospitais imensos e modelares, gratuitos para todos. Também vigiavam estradas e locais perigosos, com tarefas análogas à das polícias militares e de fronteira modernas.

Em tempos de guerra, integravam as tropas de elite cristãs que combatiam contra o Islão e empreendiam campanhas em locais inóspitos ou insalubres, não raras vezes padecendo fome ou sede, constrangidos a comer miseravelmente ou beber água suspeita.

Essa vida peculiar os levava a seguir os conselhos de São Bernardo, de se manterem fortes e saudáveis para o momento de enfrentar os inimigos da Cruz.

Os autores do trabalho sobre a dieta dos frades templários são o Prof. Francesco Franceschi, docente do Instituto de Medicina Interna da Universidade Católica de Roma; o Prof. Roberto Bernabei, do Departamento de Gerontologia e Geriatria da Universidade Católica do Sagrado Coração de Roma; o Prof. Peter Malfertheiner, do Departamento de Gastrenterologia, Hepatologia e Doenças Infecciosas da Universidade Otto-von-Guericke de Magdeburg, Alemanha; e o Prof. Giovanni Gasbarrini, da Fundação de Pesquisas na Medicina ONLUS, de Bolonha, Itália.
Uma austeridade prudente mas sábia no comer
lhes proporcionava um vigor excepcional.
Jazigo de um cavaleiro Templário, Igreja do Templo, Londres

O facto é que os Templários, com uma vida guerreira e frequentes combates, tinham uma expectativa de vida de 30 anos acima da média de seus contemporâneos, cujas condições de vida eram muitas vezes muito mais folgadas e aconchegadas..

Os cientistas identificaram a explicação desse paradoxo no regime alimentar dos monges guerreiros.

Debruçando-se então nos documentos da era medieval em busca de uma explicação científica, chegaram à ideia de que a dieta ajudou esses monges-soldados a viver muito mais tempo que a média da época.

Naquela época, a expectativa de vida oscilava entre 25 e 40 anos. Mas, segundo as fontes históricas, muitos Templários não só viveram até 70 anos, mas eram também mais saudáveis e fortes.

Tudo isso contribuía a circundar a Ordem dos Cavaleiros do Templo com uma áurea de admiração e reverência. Nos afrescos e nas estátuas eles eram representados como homens altos e robustos, imponentes e cheios de vigor. E em geral eram assim.

Para isso não tinham nenhuma fórmula mágica, nem elixir fantasioso: sua excepcional longevidade e sua óptima saúde eram geralmente atribuídas a um dom divino, mas também se deviam muito provavelmente a sua Regra monástica, também inspirada pela graça.

O regime alimentar dos monges-guerreiros não era nada pobre, mas muito variado e, sobretudo, muito sadio quando analisado à luz do que ensina a dietética moderna.

Comiam pouca carne: não mais que duas ou três vezes por semana. Em seu lugar, muitos legumes e peixe, queijo, azeite e frutas frescas. Além do mais, deviam respeitar regras de higiene para ir à mesa, dispor o refeitório e os pratos, e dar grande atenção à qualidade do que comiam.

Os Templários, como os monges em geral, comiam com muita sabedoria e por isso se alimentavam melhor. As categorias sociais que não participavam dessa sabedoria podiam pecar por excesso ou carência num sentido ou noutro. Mas podiam bater sempre na porta dos conventos e serem acolhidos com generosidade na mesa dos religiosos.

Os monges hospitalários de São João de Jerusalém, mais conhecidos como Ordem de Malta, ainda hoje existentes, não podiam tomar refeições até terem garantido as dos doentes e romeiros dos quais cuidavam. Pela Regra, deviam tratá-los como se fossem o próprio Jesus Cristo.

Em todas as classes a obesidade era considerada símbolo de riqueza e bem-estar. As categorias sociais mais ricas em geral exageravam o consumo de carnes e gorduras. Por isso, observa o estudo, na nobreza eram frequentes a gota, a obesidade, a diabete e as doenças provocadas por altos níveis de colesterol e triglicerídeos.

Placa de bronze do século XII com três cavaleiros Templários das origens da Ordem.
Burrell Collection, Glasgow, Escócia.
Mas os Templários, que provinham em geral de famílias nobres, em virtude de uma dieta nutritiva, sã e equilibrada, gozavam de uma saúde decididamente melhor.

Assim diz o Dr. Franceschi no referido estudo: “A dieta dos Templários é muito moderna e prenuncia a dieta mediterrânea. Combatia todas essas doenças [acima mencionadas]: comiam pouca carne (duas vezes por semana), muitos legumes (três pratos por semana) que hoje se consume pouco, mas que incluem poderosos probióticos [“organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro”]; o peixe era muito frequente e na água acrescentavam suco de laranja para obter um efeito antibacteriano”.

Estavam proibidos de caçar e se dedicavam preferentemente à criação de peixes. Consumiam muitos frutos do mar e os especialistas consideram que agindo dessa maneira “se beneficiavam do efeito positivo dos ácidos gordos ómega-3 sobre os níveis hemáticos de colesterol e triglicerídeos, além do efeito antioxidante e antidepressivo dos moluscos”.

Mas não era só isso: os Cavaleiros Templários, obedecendo às disposições de sua Regra, lavavam as mãos antes das refeições, mantinham o refeitório sempre bem arrumado e as toalhas muito limpas.

Aqueles que executavam tarefas manuais de tipo camponês, por exemplo, não podiam servir os alimentos na mesa. Trata-se obviamente de regras de boa conduta que favorecem a higiene na mesa e previnem a difusão de infecções.

Nos documentos históricos transparece que também seu modo de beber era muito saudável. Bebiam em quantidades moderadas um vinho de palmeira de baixa graduação alcoólica, típico da Terra Santa, que, segundo o estudo, “tem uma propriedade antiplaquetária inteiramente semelhante à cardioaspirina”.

Acrescentavam polpa de Aloe vera, uma planta dotada de efeitos antissépticos e fungicidas muito útil nos países de clima desértico cálido. Bebiam a água misturada com suco de laranja para desinfetá-la e aproveitar o necessário aporte de vitamina C.

São Bernardo de Claraval escreveu a Regra dos cavaleiros templários.
Nela, definiu o regime alimentar que eles deviam cumprir religiosamente.
 Os Cavaleiros Templários seguiam a Regra De laude novae militiae, de São Bernardo de Claraval. Entre as cláusulas, várias são relativas à nutrição, aos alimentos e às formas de consumi-los:

VII – Sobre o refeitório do mosteiro: “Desejamos que façais vossas refeições em comum, num mesmo local, a saber, o refeitório”.

IX – Sobre a carne: “Na semana, exceptuados o Natal, a Páscoa ou a festividade de Nossa Senhora e de Todos os Santos, bastar-vos-á a carne em três ocasiões, porque comer habitualmente carne favorece um indesejável desgaste de vossos corpos. Porém, se um dia de jejum cair num dia de abstinência, guardareis uma quantidade abundante para o dia seguinte. Nos domingos, porém, parece-nos correto e viável que todos os cavaleiros professos e os capelães recebam dois pratos de carne para honrar a Santa Ressurreição”.

X – Como devem comer os cavaleiros: “Os irmãos em geral devem comer em pares, a fim de que um possa zelar pelo outro com cuidado para evitar os excessos e a falta de moderação na bebida”.

XI – Como nos demais dias, três pratos de vegetais serão suficientes: “Nos outros dias, quer dizer, segunda-feira, quarta-feira e sábado, acreditamos que dois ou três pratos de vegetais ou outros alimentos como sopas serão suficientes para todos”.

XII – O que pode ser comido nas Sextas-feiras: “Recomendamos a abstinência durante a Quaresma em honra da Paixão, a ser feita por toda a congregação exceptuados os débeis e doentes, e que assim seja até a Páscoa”.

XIII – Ação de graças após cada refeição: “Frações de pão devem ser distribuídas com amor fraterno aos servidores e aos necessitados”.

XV – A colação será por decisão do Mestre: “Quando o sol desce para o Ocidente, ao som de um sinal, como é costume na região, devemos rezar Completas, mas podemos tomar uma colação antes de ir para o acto. Esta colação fica a juízo e decisão do Mestre, que decidirá se vai ser tomada com água ou, se julgar com compaixão, com uma quantidade razoável de vinho temperado. Verdadeiramente a quantidade não deverá ser muito grande; deve ser moderada, uma vez que o vinho faz com que até os sábios esqueçam a sua religião”.

LXII – O alimento deve ser servido por igual: “Para todos os irmãos professos o alimento deve ser distribuído por igual, em função dos recursos do local”.

Como conclusão, os professores de medicina acreditam que a dieta e o estilo de vida podem ser a explicação da extraordinária longevidade dos Cavaleiros Templários.
E, se isto for verdadeiro, o ditado “aprender do passado” nunca se aplicou com tanta propriedade.

Fonte: Luis Dufaur