segunda-feira, 28 de maio de 2012

Reflexões sobre o Sobrevivalismo - 3ª Parte

      Já sabemos que a água é de primordial importância mas provavelmente
numa situação de colapso económico esta não irá faltar nas torneiras,
ou dito de outra forma, pensamos que haverá mais risco de esgotarem
mais depressa os bens alimentares, o combustível (incluindo o gás de
nossas casas) e depois a electricidade, e aí sim parará de circular a
água em nossas torneiras.
      No entanto é de primordial importância termos água potável em
abundância na nossa reserva de sobrevivência. Não devemos esquecer ter
outra reserva para lavar as mãos e despejar na sanita.


     A nossa dispensa deve estar abastecida com alimentação suficiente para
um mês, o que é pratica normal “na maioria” dos lares, mas atenção
para não confundirmos a nossa habitual dispensa com a nossa reserva de
sobrevivência pois esta terá uma gestão diferente, ou mais particular
se preferirem, e deve dar à nossa família, no mínimo, mais um mês de
autonomia. Ou seja, a nossa reserva básica será de dois meses de
autonomia alimentar.
Convém fazermos uma ressalva que estas situações de crise tem sempre
maior impacto no ambiente urbano onde a generalidade das pessoas vivem
nas cidades em apartamentos e dependem, na sua totalidade, das compras
que fazem no supermercado. Numa situação “banal” de greve dos
transportes as mercadorias deixam de chegar ao supermercado. Numa
crise de combustível (falha, ou vertiginosa subida de preços) a
situação será igual.
Só para recordar e terem bem a noção do que estamos a falar – Há pouco
tempo atrás um boato sobre uma presumível falha no açúcar fez, em
apenas três dias, esgotar os stocks existentes em todas as mercearias
e grandes superfícies.

As cidades são tanto mais vulneráveis quanto maior for a sua dimensão
e distanciamento das zonas produtivas rurais, acresce a isto a sua
implementação geográfica como por exemplo Lisboa que está numa zona
sismológica com antecedentes históricos catastróficos.
As convulsões sociais são outro factor importante a ter em conta,
basta recordar-nos dos recentes tumultos em Londres que puseram a
capital inglesa a ferro e fogo. Perante toda a vaga de vandalismo e
assaltos onde as instituições estatais (policia…) se mostraram
impotentes, a noticia, a reter, que nos chegou foi de que num bairro
onde havia uma comunidade etnicamente homogénea (a turca), os seus
habitantes uniram-se e armaram-se para defender os seus negócios, as
suas casas, e suas famílias. A turba anárquica viu-se assim
confrontada com uma resistência “instantaneamente” organizada e teve
de recuar.
Em Portugal as coisas poderão ser um pouco diferentes mas os habituais
acontecimentos de vandalismo, arrastões, e assaltos vários em tempos
de paz faz-nos ter uma ideia do que poderemos esperar numa catástrofe,
sobretudo em Lisboa onde o tão bem apregoado cosmopolitismo da capital
(como em Londres) por determinados sectores, pode facilmente
converter-se no maior pesadelo após uma catástrofe natural.
No entanto poderemos dizer que, excluindo a Grande Lisboa, no resto do
território nacional uma situação de verdadeira crise terá efeitos
menos malignos.


       Há dias quando conversávamos entre nós sobre esta temática um
companheiro nosso saiu-se com uma frase interessante, porque
verdadeira e porque nos mostra um caminho senão mesmo a solução:
- Aqui toda a gente é da terra!
Ou seja uma grande parte da população não é (só) das cidades. São
migrantes no seu país e deixaram família, casa, e quinta, lá na terra
o que pode sempre funcionar como uma espécie de BAD (Base Autónoma
Durável) para onde poderemos ir e recomeçar.
Quem não “é da terra” é bom que comece a pensar no seu BAD.

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