quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Fukushima: Palco do momento mais perigoso para a humanidade

Estamos agora a cerca de um mês e meio do que pode ser o momento mais perigoso para a humanidade desde a crise dos mísseis em Cuba. Não há desculpas para não agir. Todos os recursos precisam estar focados no tanque de combustível do reactor quatro de Fukushima.

A empresa proprietária de Fukushima, a Tokyo Electric (Tepco), diz que daqui cerca de 45 dias eles começarão a tentar remover mais de 1.300 tubos de combustível de um dos tanques que está bastante danificado a cerca de 50 metros do chão. Este tanque está em cima de um prédio muito danificado que está
a afundar, e a entortar e pode facilmente cair com o próximo terremoto ou até mesmo sozinho.

As quase 400 toneladas de combustível naquela piscina podem derramar 15 mil vezes mais radiação do que foi derramada em Hiroshima.

A única coisa certa sobre essa crise é que a Tepco não tem os recursos financeiros ou científicos para lidar com a situação. Nem mesmo o governo japonês. A situação necessita de um esforço mundial coordenado dos melhores cientistas e engenheiros que a humanidade tem.

Por que é  isto é tão sério?

Nós já sabemos que milhares de toneladas de água extremamante contaminada estão a vazar de Fukushima desde 2011 e a ir directo para o oceano Pacífico. Já foram encontrados cardumes de sardinha com traços de contaminação na costa da Califórnia… E devemos esperar coisas muito piores.

A Tepco continua a lançar mais e mais água na região dos três núcleos dos reactores destruídos para de alguma forma mantê-los resfriados. O vapor que sai destes indica que a fissão nuclear pode ainda estar ocorrendo no subsolo. Mas ninguém sabe exactamente onde estes núcleos estão.

Esta água torna-se radioactiva ao entrar em contacto com o núcleo. Como não pode ser atirada fora,

na sua maioria está agora armazenada em milhares de enormes, mas frágeis, tanques que foram montados á pressa em volta do local. Muitos já estão a vazar. Eles podem simplesmente  desmontar-se no próximo terremoto, libertando milhares de toneladas de veneno de forma permanente no Pacífico.

A água que está sendo lançada no local está a prejudicar as bases das estruturas que sobraram, inclusive a do prédio que suporta o tanque de combustível da unidade quatro.

Mais de 6.000 barras de combustível estão num tanque apenas a cinquenta metros da unidade quatro. Algumas destas contendo plutónio. O tanque não tem nenhuma contenção extra, está vulnerável à perda do isolamento estrutural, ao colapso de algum prédio próximo, outro terremoto, outra tsunami e mais.

No geral, mais de 11.000 barras de combustível estão espalhadas ao redor da Fukushima. De acordo com o especialista do departamento de energia Robert Alvarez, há cerca de 85 vezes mais césio no local do que o
que foi libertado em Chernobyl. Pontos de radioactividade continuam a ser encontrados em todo o Japão. Há indicações de áreas com grande incidência de problemas na tiroide de crianças.

A missão principal é que estas barras de combustível devem sair de alguma forma com segurança deste tanque de combustível do reactor o mais rápido possível.

Qual o risco que estas barras de combustível apresentam?

O combustível gasto têm de ser mantido de alguma forma debaixo da água. É revestido em uma liga de zircónio que irá entrar em ignição se espontaneamente exposto ao ar. Usado por muito tempo em lâmpadas de flash de câmaras fotográficas, o zircónio queima com uma chama extremamente clara e quente.

Cada bastão emite radiação o suficiente para matar alguém próximo a ela em questão de minutos. A ignição de uma poderia forçar toda a equipe a abandonar o local e deixaria equipamentos eléctricos inutilizados.

De acordo com Arnie Gunderson, uma engenheira nuclear com quarenta anos de experiência numa indústria que fabrica estas barras de combustível, as que estão dentro do reactor da unidade quatro estão
tortas, danificadas e rachadas ao ponto de quebrarem. As câmaras mostraram quantidades preocupantes de destroços no tanque de combustível, que parece estar bastante danificado.

Os desafios de esvaziar este tanque são cientificamente enormes, diz Gundersen. Mas deverá ser feito com 100% de perfeição.

Se a tentativa falhar, as barras podem ser expostas ao ar e pegar fogo, libertando quantidades terroríficas de radiação na atmosfera. O tanque pode cair no chão, derrubando as barras juntas numa pilha que poderia activar a fissão e explodir. O resultado seria uma nuvem radioactiva que ameaçaria a segurança e saúde de todo o mundo .

Os primeiros vestígios de radiação que Chernobyl emitiu chegaram á Califórnia em dez dias. Os vestígios de Fukushima chegaram em menos de uma semana. Um novo incêndio no tanque de combustível do reactor quatro pode dar origem a uma corrente contínua de radiação venenosa durante séculos.

O embaixador reformado Mitsuhei Murada diz que se esta operação der errado, “destruiria o ambiente
mundial e nossa civilização. Não é ciência astronómica ou liga-se com debates sobre plantas nucleares. Esse é um assunto sobre a sobrevivência humana”.

Nem a Tokyo Electric nem o governo do Japão pode fazer isso sozinho. Não há desculpas para não organizar um esforço conjunto mundial dos melhores engenheiros e cientistas disponíveis.

O relógio está a contar e não podemos evitá-lo. O desfecho de um possível desastre nuclear mundial está quase a bater á porta. Para ajudar, a melhor coisa que você pode fazer é passar esta informação para outras pessoas afim de mobilizar e consciencializar o mundo do perigo que estamos a enfrentar  e assim pressionar as autoridades a  organizarem-se.

(adaptado para PT-PT)

Fonte: Blog Sobrevivencialismo.com
http://sobrevivencialismo.com/2013/10/10/fukushima-palco-do-momento-mais-perigoso-para-a-humanidade/#more-3979

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