segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Culturas sobrevivencialistas – Couve-Galega

No que diz respeito à agricultura num contexto sobrevivencialista, a escolha de culturas a plantar é uma
decisão algo subjectiva.
No entanto, nesta selecção deve-se ter em conta determinados parâmetros, nomeadamente a rapidez de crescimento das plantas, a resistência e adaptabilidade a condições adversas (como presença de pragas/agentes patogénicos ou escassez de nutrientes e água), e a sua capacidade nutritiva e facilidade de conservação.

Uma planta que reúne de forma fantástica estes factores é a couve-galega.
De todos os vegetais, a couve-galega (tal como as outras variedades de couves de folhas) é a que contém as concentrações mais elevadas de fitonutrientes, especialmente carotenoides, luteína e zeaxantina.
É, também, uma fonte importante de vitamina A, cálcio e ferro.

Para além de se tratar de um vegetal altamente nutritivo, é bastante fácil de cultivar, preferindo temperaturas algo baixas e podendo resistir a ligeiras geadas.
Consegue desenvolver-se bem mesmo nos períodos mais frios do ano, letais para a maioria dos outros vegetais, chegando a resistir a temperaturas de -10ºC.
É pouco exigente em termos de textura e estrutura do solo mas, naturalmente, quanto mais rico o solo, melhor será a produtividade. Assim sendo, gosta de solos ricos em azoto e matéria orgânica.
Convém, ainda, assegurar uma drenagem adequada para não deixar o solo encharcado. Outro aspecto importante consiste na sua resistência a pragas e doenças, sendo a lagarta da borboleta-da-couve a praga mais problemática.

A couve-galega é frequentemente usada em sopas (como o caldo verde) mas pode ser servido como
esparregado ou fresco em saladas, especialmente se se tratarem de folhas jovens.
Pode também ser usada na alimentação de suínos, galináceos e outros animais de quinta.
Conserva-se facilmente por congelação ou desidratação.

Sementeira: Geralmente, semeia-se no fim de Abril ou início de Maio.
No entanto, em clima ameno, a sementeira pode ser efectuada em qualquer época do ano. Esta pode ser feita a lanço directamente na horta mas é conveniente semear em linhas com um espaçamento entre linhas de cerca de 50cm e um espaçamento entre plantas de cerca de 30cm, para garantir uma maior produtividade. As sementes devem ser colocadas a cerca de 1cm de profundidade.
Também é possível semear em sementeiras primeiro, fazendo posteriormente uma transplantação para a horta quando as plantas possuírem 4 a 5 folhas verdadeiras. Deve-se evitar realizar esta operação no período mais quente do dia. Convém fazer uma irrigação logo após o processo de transplantação.
Aquando da sementeira/plantação, é vantajoso que o solo se encontre bem estrumado.

Manutenção: controle as infestantes (ervas daninhas) regularmente.
Tal pode ser feito facilmente com uma enxada caso não se trate de uma cultura bastante extensa. Deve-se manter o solo húmido mas garantindo uma adequada drenagem para não o deixar encharcar. Solos encharcados favorecem o aparecimento de doenças.
É importante monitorizar regularmente o estado sanitário das folhas, removendo as lagartas presentes.
Adicionalmente, poder-se-á fazer uma adubação azotada de cobertura, visto estas plantas gostarem de solos ricos em azoto.

Colheita: deixe a couve-galega até realmente precisar dela, isto é, nos períodos em que não houver mais alimento disponível na horta.
Devido à sua resistência, a couve-galega sobreviverá mesmo em períodos letais para a generalidade dos outros vegetais. As folhas podem ser colhidas progressivamente ao longo do tempo.

Em condições óptimas, esta planta pode produzir durante alguns anos.

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